Durante a sessão deliberativa desta terça-feira (23), o senador Arolde de Oliveira (PSD-RJ) pediu que o Plenário do Senado Federal realize uma sessão temática com o objetivo de promover um “debate focado e profundo sobre a harmonia e independência dos Poderes da República”.
Ele começou seu pronunciamento registrando que seu nome foi incluído no inquérito aberto pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar o financiamento de manifestações antidemocráticas no país.
— Sejam quais forem as alegações contidas no processo, afirmo que serão vazias no que me diz respeito e que permaneço à disposição das autoridades para prestar qualquer esclarecimento — afirmou Arolde.
O senador disse que todos os parlamentares incluídos no inquérito são apoiadores do governo federal e lembrou que o relator, o ministro Alexandre de Moraes, também relata no STF o inquérito relacionado a fake news. Além disso, Arolde afirmou que “decisões monocráticas de outros ministros buscam limitar a autoridade formal do chefe do Poder Executivo e desgastar a imagem do presidente Jair Bolsonaro”.
— O nível de convergência dessas ações parece indicar a existência de uma vontade política resultante de ativismo completamente estranho às atribuições constitucionais da corte — avaliou Arolde.
Para o senador, o Plenário do Senado deve debater o tema, com participação de especialistas.
— A percepção do povo brasileiro é de que o Senado está sendo omisso em relação ao que considera abuso de autoridade de ministros do Supremo Tribunal Federal. Entendo que o Senado tem competência para estabelecer limites constitucionais à atuação monocrática de togados. Na sua percepção, a população quer que, pelo menos, os requerimentos de impeachment e de criação de CPIs [comissões parlamentares de inquérito] prosperem dentro da Casa, eliminando, assim, hipóteses de omissão — declarou Arolde.
Recentemente, outros senadores também pediram a análise de pedidos de impeachment contra ministros do STF e voltaram a sugerir a instalação de uma CPI para investigar eventuais irregularidades em tribunais superiores.
Com informações, Agência Senado