O Reino Unido e o Japão estão em negociação para assinar um acordo comercial, que será o primeiro acordo dos britânicos em mais de 40 anos, depois de deixar a União Europeia. A secretária de Comércio Internacional, Liz Truss, prometeu anteriormente que o Reino Unido trabalharia para garantir um acordo comercial “abrangente” com o Japão, que iria além do acordo existente com o bloco de Bruxelas.
O acordo será baseado no atual acordo de livre comércio UE-Japão (TLC), mas o governo de Johnson espera garantir benefícios adicionais, principalmente na área tecnológica e de informação de dados.
No entanto, o principal negociador de Tóquio, Hiroshi Matsuura, instou os dois lados a “limitar suas ambições” devido ao curto período de tempo.
“Devemos concluir as negociações até o final de julho. A falta de tempo significa que ambos os lados terão que limitar suas ambições. Estamos fazendo esse acordo de maneira diferente do estilo usual. Em vez de rodadas de negociações, estamos negociando todos os dias”, disse Matsuura ao Financial Times.
Um funcionário do Departamento de Comércio Internacional do Reino Unido disse que o país também irá lutar pelo acesso dos agricultores britânicos ao mercado japonês como parte do acordo.
Um acordo de livre comércio poderia aumentar os fluxos comerciais entre o Reino Unido e Japão em 15,2 bilhões de libras esterlinas, impulsionando a economia britânica em 1,5 bilhão de libras esterlinas, segundo uma análise do governo britânico.
“O Japão é um dos nossos maiores parceiros comerciais e um novo acordo comercial ajudará a aumentar o comércio, impulsionar o investimento e criar mais empregos após os desafios econômicos causados pelo coronavírus”, disse Truss.
Segundo Truss, ambos os lados estão comprometidos com um cronograma ambicioso para garantir um acordo que vai além do contrato existente, especialmente em dados digitais.
Enquanto isso, as negociações oficiais para um acordo comercial pós-Brexit entre o Reino Unido e a Austrália começaram neste mês, com Johnson dizendo que o acordo aproximaria os países “mais do que nunca”.