O presidente Donald Trump disse nesta quinta-feira (18) que “desacoplar” totalmente a economia dos EUA com a economia da China é uma opção da administração americana.
O rompimento, chamado de “decoupling” em inglês, refere-se a um processo de separação das economias e cadeias de suprimentos entrelaçadas dos dois países, o que representaria um grande realinhamento econômico mundial.
A opção de romper totalmente os vínculos econômicos entre as duas maiores economias do mundo à medida que a relação EUA-China começou a se tornar cada vez mais conflituosa nos últimos meses. A guerra comercial, seguida pela procura pelos principais suprimentos de saúde durante a pandemia de coronavírus, levantou um movimento dentro e fora do governo americano para reduzir a dependência de fornecedores estrangeiros.
A mesma preocupação existe quando o assunto é o setor de telecomunicações, com suspeitas muito sólidas quanto a probabilidade de componentes fabricados pela gigante chinesa Huawei darem à China um acesso backdoor ao sistema de comunicações dos EUA se usadas na construção de alguma infraestrutura crítica, como redes de telecomunicações 5G.
Em seu perfil do Twitter, Trump disse hoje que “os EUA certamente mantêm uma opção, sob várias condições, de um rompimento [comercial] completo com a China.”
Americanos apoiam rompimento
Se existe algo claro saindo dessa pandemia, é o fato de os americanos acreditarem que as relações entre EUA e China precisam mudar. Apoio para essa mudança pode ser claramente constatado em todas as linhas políticas e níveis de educação.
Os dias dourados da China como centro de manufatura para empresas americanas estão se tornando passado. Ao menos, é isso que mais de 70% dos entrevistados sobre o assunto dizem querer em um mundo pós-pandemia.
A empresa de pesquisa McLaughlin & Associates divulgou sua pesquisa de atitudes americanas em relação à China em 22 de abril e mostrou que 75% consideraram que os EUA deveriam encerrar sua dependência da China para importações de medicamentos, incluindo itens como respiradores N95 e até ibuprofeno, dois mercados que a China domina.
Essa opinião prevalece em todos os pontos do espectro político americano, com 62% dos democratas dizendo que é necessário acabar com alguma ou toda a dependência da China sobre equipamentos médicos; 80% dos independentes e 85% dos republicanos dizem o mesmo.
Quando perguntados se eles concordavam que a vida pós-pandemia significava que as relações comerciais entre EUA e China deveriam mudar, 72% disseram concordar e apenas 15% disseram discordar. A pesquisa completa, em inglês, pode ser acessada aqui.