Por Portas Abertas
Este mês, a Rússia celebra o final da União Soviética e a promulgação da Declaração de Soberania Estatal no país. O fim da União Soviética se deu em 1991 e a Constituição russa – promulgada em 1993, passou a ser superior a qualquer lei local ou regional.
Porém, a queda do regime comunista não garantiu a liberdade religiosa da população. Os cristãos ainda enfrentam perseguição por terem uma religião vista como ocidental, ou seja, a mesma dos inimigos. De todas as comunidades cristãs, são os cristãos ex-muçulmanos nativos das regiões de maioria muçulmana que carregam o peso da perseguição tanto nas mãos da família como da comunidade, e em algumas áreas precisam manter a fé em segredo por medo de serem presos e até executados.
A legislação na Rússia está sendo adaptada e restrições de culto, construção e abertura de templos e registros de novas igrejas são feitas constantemente. O governo continua a favorecer a Igreja Ortodoxa Russa em detrimento de outros grupos cristãos.
Igrejas não registradas ativas podem enfrentar obstrução na forma de vigilância e interrogatório pelas autoridades locais. Exemplo disso é do pastor Vitaliy Bak.
O culto doméstico da comunidade Batista do Sul da Rússia, que funciona em sua casa, causou um grande problema para o pastor. A casa do líder cristão, que foi isolada em julho de 2019, pode ser demolida em breve porque serviu para reunir os seguidores de Jesus de uma denominação diferente da Igreja Ortodoxa russa. O pedido para a destruição da residência partiu das autoridades administrativas da cidade. Agora aguardam a decisão do tribunal local.
Um analista de perseguição da Portas Abertas explicou que o fato parece ser uma retaliação às igrejas não ortodoxas. As autoridades locais parecem usar as leis para proibir reuniões religiosas em casas particulares.
No entanto, de acordo com a legislação russa atual, as comunidades com apenas status de grupo religioso não podem possuir propriedades e, portanto, não têm outra opção a não ser se reunir em edifícios residenciais. “Felizmente, esse é o único incidente desse tipo registrado até agora. No entanto, não teve um desenvolvimento promissor”, explica.
Ser membro de uma igreja cristã não ortodoxa é pedir para enfrentar hostilidade já que passam a ser considerados traidores e aliados dos países do ocidente. A Rússia está em 46º posição na Lista Mundial da Perseguição 2020, que classifica os 50 países que mais perseguem cristãos no mundo. Como consequência, a violência contra cristãos resultou no aumento de igrejas fechadas. Com a lei Irina Yarovaya aprovada em 2016, os cristãos russos encontram barreiras para fazer literatura religiosa, atividades missionárias, reuniões de oração e estudos bíblicos nos lares.
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