Nesta terça-feira (9), o Procurador-Geral (cargo equivalente nos EUA ao de ministro da Justiça do Brasil) William Barr falou sobre a liberdade de expressão nas mídias sociais, dizendo que acredita que as plataformas de mídia social estão “envolvidas em censura” e estão agindo mais como “editores”.
“Claramente, essas entidades estão envolvidas na censura”, disse Barr a Bret Baier, da Fox News, em entrevista exclusiva. Ele disse que os as mídias sociais estão censurando o Presidente e seus apoiadores.
“E eles originalmente se apresentavam como fóruns abertos onde as pessoas, onde terceiros podiam participar e expressar seus pontos de vista, e eles construíram uma tremenda ‘rede ocular’”, explicou Barr. Rede ocular (“network of eyeballs”) é uma gíria americana usada para se referir a uma rede de acesso cujos usuários principais a usam para observar navegações na Internet, ler e-mails e mensagens, etc.
“Eles tinham muito poder de mercado com base nessa apresentação”, acrescentou o procurador-geral. “E agora eles estão agindo muito mais como editores, porque estão censurando pontos de vista específicos e colocando seu próprio conteúdo para diminuir o impacto dos pontos de vista de várias pessoas”.
De acordo com Barr, para que mudanças sejam feitas na lei atual, seria necessária uma ação do Congresso.
Para alguns pode parecer que a “guerra conservadora versus a mídia social” está apenas começando, mas ela está se formando há anos. Como o exemplo do site conservador Prager U. Seus vídeos tem 3,4 bilhões de visualizações e contando, e quase 4 milhões de pessoas seguem o grupo no Facebook, mas uma notificação recente no Facebook prejudicou a organização.
Uma “agência de checagem externa”, no final do mês passado, apontou um dos vídeos de um minuto de PragerU como “fake news”.
O vídeo, amplamente visto, expõe imagens de um urso polar magro usadas por ativistas como engano para promover a mudança climática.
O Facebook chamou o vídeo de “Fake News” e, para punir o PragerU, está limitando a distribuição de suas postagens nos feeds de notícias.
“O que o Facebook está fazendo – eles estão tentando manter as mãos limpas – e estão usando esses “verificadores de fatos” de terceiros para dizer ‘a verdade’ e determinar ‘o que é verdade e o que não é’, então, infelizmente, é muito fácil armar isso e atingir organizações como a PragerU”, disse o diretor de marketing da PragerU, Craig Strazzeri à CBN News.
O presidente americano Donald Trump também soou o alarme sobre a liberdade de expressão recentemente, tuitando: “Os republicanos sentem que as plataformas de mídia social silenciam totalmente as vozes conservadoras. Vamos regular fortemente, ou fechá-las, antes que possamos, a qualquer momento, permitir que isso aconteça. Vimos o que eles tentaram fazer e falharam em 2016. Não podemos deixar uma versão mais sofisticada disso acontecer novamente. Assim como não podemos deixar que as votações por correio [em cédulas] em larga escala se enraízem em nosso país. [Isso] facilitaria para todos a trapaça, a falsificação e o roubo de cédulas. Quem trapaceou mais ganharia. Da mesma forma, as mídias sociais. Comecem a se comportar de uma maneira melhor, AGORA!!!!”.
Em seguida, o Twitter postou um aviso alegando que o Presidente dos EUA “violou” suas regras por “glorificar a violência”, sinalizando um tweet sobre os ataques violentos em andamento em Minneapolis.
O comunicado veio depois que a plataforma adicionou um aviso de “verificação de fatos” a dois de seus tweets sobre votação por correio. Trump respondeu acusando a plataforma de mídia social de interferir nas eleições presidenciais de 2020, e que a plataforma “está sufocando a Liberdade de Expressão”, e escreveu: “Eu, como Presidente, não permitirei que isso aconteça!”
Trump também assinou uma ordem executiva que remove o escudo de responsabilidade das empresas de mídia social atualmente, porque são consideradas plataformas neutras. Trump disse que elas são tudo, menos neutras.
“Quando elas decidem checar os fatos e o que elas decidem ignorar ou até promover, nada mais é do que um grupo de ativismo político ou ativismo político, e é inapropriado”, disse o Presidente americano a repórteres no Salão Oval da Casa Branca, após assinar a ordem executiva.
Com informações, CBN News, FOX, PragerU.