Da Índia e Paquistão à África e ao Oriente Médio, os agricultores enfrentam uma terrível tempestade. Já lutando contra as paralisações provocadas pela pandemia de coronavírus chinês, eles enfrentam bilhões de gafanhotos devorando plantações e colocando milhões em risco.
As cenas de partes do norte e centro da Índia nesta semana foram alarmantes, enquanto bilhões de gafanhotos avançavam em vários estados.
É a pior infestação da Índia em 25 anos, causando devastação sem precedentes, pois as pragas migratórias devoravam centenas de milhares de campos de terras agrícolas.
“O problema com o grupo de gafanhotos é que eles comem as folhas das plantações nos campos agrícolas. Também machuca os animais posteriormente”, disse Bharat Singh, agricultor.
Agricultores indianos batiam em panelas e frigideiras para afastar os insetos ameaçadores, mas sem sucesso. O governo de Nova Délhi enviou equipes para pulverizar inseticida, mas o dano já estava feito.
Os insetos invadiram o Paquistão no início da semana, antes de seguir para o leste.
A Organização para a Alimentação e Agricultura diz que um enxame relativamente pequeno, cobrindo quase 800 metros quadrados, pode incluir até 80 milhões de gafanhotos e viajar 150 quilômetros em um único dia.
Um grupo que monitora os insetos na Índia relatou pelo menos 10 enxames que devoravam as colheitas na quarta-feira (27). E isso só vai piorar. As chuvas fortes e a estação do ciclone em junho deverão favorecer a multiplicação dos enxames.
Suprimentos ameaçados
Os suprimentos de comida e os meios de subsistência de milhões de pessoas na África e no Oriente Médio também permanecem ameaçados.
Um mapa da ONU mostra a infestação de gafanhotos que se espalha do Chifre da África (Sudeste africano), através do Golfo Árabe, ao Iêmen, Arábia Saudita e a partes do Irã e Afeganistão.
A Somália está entre os países mais atingidos. Inundações recentes, gafanhotos e pandemia representam uma ameaça tripla lá. O governo de Mogadíscio declarou uma emergência nacional.
“As consequências para a Somália são profundas. Mesmo antes da COVID, mais de 5 milhões de somalis precisavam de assistência humanitária”, alertou James Swan, representante especial da ONU na Somália.
A previsão de gafanhotos do deserto entre agora e o final de julho mostra que a infestação continua a representar uma séria ameaça para grandes áreas da África, Oriente Médio e subcontinente indiano.
Com informações, CBN News.