A taxa de desemprego nos EUA atingiu 14,7% em abril ante 4,4% de março, com 20,5 milhões de empregos perdidos na pior perda mensal já registrada na história americana. Os números são fortes evidências dos danos que o coronavírus e as medidas adotadas por autoridades locais e estaduais causaram a uma economia antes vibrante.
As perdas refletem o que se tornou uma grave recessão causada por súbitas paralisações de negócios em quase todos os setores do país. Quase toda a geração de empregos dos últimos 11 anos de recuperação da recessão de 2008-2009 foi perdida em um mês.
O colapso do mercado de trabalho ocorreu com uma velocidade impressionante. Em fevereiro, a taxa de desemprego estava em baixa de 3,5%, menor nível em cinco décadas, e os empregadores estavam gerando empregos há 113 meses seguidos, outro recorde. Em março, já com os impactos iniciais do coronavírus e das medidas estaduais e locais de fechamento da economia, o índice estava em 4,4%.
Mesmo esses números não capturam completamente o tamanho dos danos que o coronavírus causou nos empregos e nos salários dos americanos. Muitas pessoas que ainda estão empregadas tiveram suas horas de trabalho reduzidas e outros sofreram cortes nos salários. Várias pessoas que perderam o emprego em abril e não procuraram uma nova vaga nem serão contados como desempregados.
Durante a Grande Recessão de 2008-2009, o país perdeu 6,5% de seus empregos em um período de dois anos. Foi a pior perda em qualquer recessão desde a Segunda Guerra Mundial. No entanto, apenas em abril deste ano, a perda de 21 milhões de empregos representou 14% de desemprego – mais do que o dobro do gerado uma década antes.
Shutdowns devastaram economia americana
Um artigo de economistas do Federal Reserve de São Francisco estima que se os shutdowns acabarem rapidamente, a taxa de desemprego pode voltar para cerca de 4% em meados de 2021, muito próximo do índice pré-coronavírus.
Mas se os shutdowns se repetirem ao longo do tempo, a taxa de desemprego poderá permanecer em dois dígitos até o final de 2021, preveem os mesmos economistas do Fed de São Francisco.