Lars de Vries, de 23 anos, é estudante de História na Universidade Católica Radboud em Nijmegen, na província de Gelderland, na Holanda. O jovem holandês é filho único de pais amorosos e cresceu em uma pequena vila perto da cidade de Nijmegen, leste da Holanda. Ele foi criado ateísta e seus pais eram eleitores típicos do partido de esquerda PVDA. Em sua casa, não havia espaço para conversas de direita durante as refeições à mesa na cozinha.
“Tudo o que me foi ensinado é que eu devia abraçar uma sociedade multicultural. Ter fé era “errado” de acordo com meus pais”, diz Lars ao Conexão Política.
Aos 15 anos de idade, Lars começou a estudar o cristianismo no ginásio. Isso o levou a um aprofundamento adicional na história de seu próprio país, nos valores judaico-cristãos que formaram os alicerces dos Países Baixos (Holanda).
Foi assim que Lars percebeu que essa sociedade multicultural que ele deveria “abraçar” estava destruindo seu país.
“A partir desse momento, comecei a seguir a política. Tornou-se um hobby meu, eu queria saber como tudo estava. Além disso, eu lia muitos livros de história. Nos debates na escola, eu queria saber sobre tudo antes de falar. Eu tive que resistir muito aos meus professores na escola. Eles eram majoritariamente de esquerda e não toleravam a opinião de direita. Isso resultou em muitos problemas na escola, porque os professores não toleravam minha opinião”, diz Lars de Vries.
Quando Lars terminou o ensino médio, ele decidiu escolher um estudo que se adequasse ao seu hobby.
“Eu duvidei por muito tempo entre os cursos de Ciências Políticas e História. No final, escolhi Ciências Políticas. Eu queria acompanhar as mudanças no mundo de perto, Trump, a ascensão dos movimentos conservadores de direita na Europa e as mudanças que essas ascensões trouxeram. Depois de dois meses no curso, notei que não queria ler livros que escolhiam para mim. Eu queria escolher o que queria ler; e não queria ler os livros de esquerda que estavam no currículo. Em casa, já havia experimentado bastante as conversas da esquerda; agora queria pensar por mim mesmo”, conta Lars ao Conexão Política.
Então, Lars decidiu ser autodidata por um ano e meio. Ele teve tempo para escrever suas ideais e resumos dos livros que lia, e assistia a documentários.
“Eu aprendi sobre história, li sobre a origem dos Estados-nações e aprendi sobre o cristianismo. Embora eu me defina como agnóstico, tenho um coração caloroso por todos os cristãos. Eles transferem os valores que devemos valorizar. A fé é tratada com muito pouco respeito hoje”, diz Lars.
Após 18 meses de aprendizado fora dos campos universitários, Lars decidiu estudar História. Ele acreditava que seria um bom curso e que o caráter científico do estudo lhe daria esperança de uma atitude mais balanceada. Mas para sua grande surpresa, isso acabou sendo uma falsa esperança.
Formando opiniões
Lars conta ao Conexão Política que assim como ele fez, é importante que as crianças aprendam a formar e defender sua própria opinião e sua identidade como conservador ainda no ensino médio, e antes de ingressar em uma faculdade.
“Eu já tinha uma opinião no ensino médio, e que não era apreciada por muitos. É importante que as crianças que agora estudam no ensino médio também possam se manifestar. Alguém tem que assumir a liderança”, enfatiza Lars.
Influência de Eva Vlaardingerbroek
A nossa colunista holandesa, Eva Vlaardingerbroek, depois de realizar seu fenomenal discurso sobre o feminismo contemporâneo – que viralizou na internet e já foi traduzido em vários idiomas, primeiramente em Português – serviu de inspiração e exerceu grande influência nessa nova geração de conservadores que está surgindo na Holanda; e no caso de Lars não foi diferente.
“Vi Eva falar na conferência do FvD [partido de direita da Holanda] e isso abriu os meus olhos. Uma mulher jovem que poderia mudar o mundo, que ousa falar e o mais importante, que pensa como eu! Isso provocou algo em mim e decidi procurar algo que eu pudesse fazer pelo mundo. Eu adorava escrever e decidi escrever sobre as coisas que me frustravam. Depois de duvidar por muito tempo, enviei um dos meus textos para o site de direita ‘Ongehoord Nederland’. E fiz isso anonimamente; as possíveis consequências me assustavam. Após a publicação, decidi abrir o jogo. Eva me inspirou muito para isso. Ela também se atreveu a falar publicamente”, conta Lars ao Conexão Política.
Após a publicação de sua primeira coluna para o site Ongehoord Nederland, Lars passou a receber ataques de esquerdistas nas redes sociais. Ele chegou a ser reconhecido na rua e foi atacado verbalmente quando passeava com sua mãe pela cidade. Por outro lado, ele foi descoberto por conservadores na Holanda e passou a receber o apoio de nomes como Eva Vlaardingerbroek, Kim Boon e Mats Nelisse para continuar a escrever seus artigos e lutar contra a doutrinação da esquerda nas universidades holandesas.
Na universidade
Lars cursa História na Universidade Católica Radboud em Nijmegen, na província de Gelderland, na Holanda. Segundo o jovem estudante, o caráter católico da Universidade Radboud desapareceu completamente. Ele disse que existem até salas de oração para muçulmanos.
“É exatamente isso que me preocupa: a identidade da Holanda está sendo prejudicada”, diz Lars.
Para o estudante conservador, o caráter católico poderia ser mais enfatizado na universidade. Ele diz que há espaço suficiente para isso, e recomenda adicionar ao currículo do curso, por exemplo, a história do cristianismo.
Além disso, Lars conta que a literatura que os estudantes de História devem ler é frequentemente voltada para ideologias esquerdistas. Um exemplo é o manual de John P. McKay, “A História da Sociedade Ocidental”, que é claramente um livro de ideologia à esquerda e frequentemente usado em aulas de “História Europeia”.
“Isso é difícil. A literatura é predominantemente de esquerda e isso às vezes é realmente difícil. Quando eu era autodidata, lia o que queria. Isso me levou a ter um interesse genuíno no campo. Assim que eu começo a ler essa literatura esquerdista, a diversão acaba em grande parte para mim. Isso é difícil, mas obter um diploma é essencial agora”, explica Lars.
Nova geração holandesa e o globalismo
De acordo com Lars, os jovens estão se interessando cada vez mais por política na Holanda. No entanto, isso tem dois lados: um grande grupo de jovens se junta à histeria em massa sobre o clima e, portanto, se junta em massa a partidos progressistas de esquerda. Outro grupo apoia partidos de direita como o FvD, que defende os valores que o estudante também apoia.
“Os partidos de esquerda são hipócritas, implausíveis e fazem de tudo para se mostrar como bons. É mais importante para a esquerda parecer ser uma boa pessoa do que realmente ser uma”, afirma Lars.
“É importante esclarecer ao grupo de pessoas ingênuas o que realmente significa: ‘salvar nosso país’. Não se trata de uma histeria climática completamente inflada. Espero também poder transmitir essa mensagem a outras pessoas”, diz Lars a respeito da nova geração europeia que está sendo manipulada pela propaganda climática de globalistas e esquerdistas.
Para Lars, essa histeria de “mudança climática” é uma grande farsa criada pela elite esquerdista para manter o controle da sociedade; uma grande invenção.
“Por exemplo, a Greta Thunberg, uma garota com Síndrome de Asperger sendo abusada pela elite esquerdista. Às vezes me preocupo sinceramente com Greta. Ela sofreu uma lavagem cerebral e há muito tempo parou de pensar. Meu chamado não é direcionar nosso ódio para Greta como pessoa, mas para as pessoas que a ‘controlam’. Ela é apenas um peão de um jogo maior”, explica Lars.
Segundo Lars, o Globalismo causa um desperdício da identidade nacional, além de estar fazendo mal para a economia local, que deveria ser estimulada, e para as tradições locais, que devem ser preservadas.
“O globalismo torna isso impossível. É extremamente ruim”, diz Lars.
Monarquia
Questionado a respeito do sistema de governo na Holanda, Lars disse que seu país deve manter a monarquia.
“Mas puramente simbolicamente. O rei não deve ter deveres administrativos. O rei simboliza a história da Holanda e devemos cuidar exatamente disso”, explica Lars.
Além dessa monarquia simbólica, Lars crê que o poder executivo está nas mãos de um gabinete, por exemplo, o sistema atualmente na Holanda (monarquia parlamentarista). No entanto, ele acredita que o primeiro-ministro deveria ter mais poderes do que no sistema parlamentarista atual. Isso forneceria mais determinação e um líder mais forte a seguir.
Identidade holandesa e a imigração em massa
A identidade holandesa é conhecida internacionalmente pela empatia do povo, a inovação que realizam, seu espírito comercial, e o legado de grandes pensadores como Erasmus.
“Nosso pequeno país sempre teve um sentimento de unidade, juntos enfrentamos os espanhóis. Infelizmente, esse espírito foi perdido. Isso se deve à imigração em massa e à aceitação obrigatória de outras culturas que nos são impostas. Não apenas eles, mas também os formuladores de políticas roubaram nossa identidade. Para salvar isso, as escolas secundárias precisam ensinar novamente sobre nossa bela história”, diz Lars ao Conexão Política.
Segundo Lars, o ditador turco Recep Tayyip Erdoğan recentemente lançou uma ofensiva contra a Europa disparando um grande fluxo migratório para a Grécia.
“Devemos mostrar que não gostamos disso, que não temos medo disso. Nós devemos defender as fronteiras. Primeiro a nossa, depois a da Grécia. Devemos apoiar a Grécia na defesa de suas fronteiras, o que não vejo o atual governo dos Países Baixos fazer. Isso mostra novamente a fraqueza do nosso governo: a solução é tão simples, mas não há nada que tenho visto ser feito com determinação”, diz Lars.
Lars disse que a política que Erdoğan está adotando agora, enviando imigrantes para a Europa, é extremamente perigosa.
“Devemos tomar cuidado com esse homem, mas ao mesmo tempo perceber que deveríamos conversar com ele. Não para nos tornarmos amigos, mas para seguirmos com nossas decisões políticas”, diz Lars.
Política na Holanda
De acordo com Lars, o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte ( VVD – partido do centrão), é um líder inepto.
“Ele não mostra energia, não tem carisma e seu único talento é inventar desculpas. Ele muitas vezes tem que fazer isso por causa da política do VVD que engana seus próprios eleitores uma vez seguida de outra”, diz Lars.
Segundo Lars, o líder do partido de direita FvD, Thierry Baudet, é exatamente o oposto de Rutte.
“Ele [Baudet] ousa falar. Mostra determinação, mas dificilmente tem a chance de fazer isso. É demonizado enormemente pela mídia. Está na hora de Baudet governar, para que algo finalmente mude na Holanda”, explica Lars.
Segundo Lars há alguns partidos conservadores na Holanda. Outro político de direita que também mostra determinação e quer mudanças a respeito da imigração em massa é Gert Wilders, do partido PVV.
“Ele [Wilders] também um homem que ousa falar. E correndo risco de vida. Tem seguranças 24 horas por dia, o que é terrível. Wilders mostra os problemas que cercam a sociedade multicultural. E isso é extremamente importante”, diz o estudante de história.
Lars também conta que na Holanda há um partido tradicionalmente conservador que defendia os valores cristãos, o CDA, mas atualmente, é um partido que está apenas tomando medidas moderadas para manter seu lugar no governo.
“Um pequeno ponto positivo: eles possibilitaram uma coalizão com o FvD na província de Brabant. Mas em nível nacional, isso parece uma ponte longe demais, mas me dá esperança”, explica Lars.
Segundo Lars, o partido cristão conservador SGP é o partido que mais está comprometido com os valores cristãos.
“O SGP está totalmente comprometido com os valores cristãos. Isso é importante. Não digo que sempre concordo com eles, mas é importante que exista um partido que defenda plenamente os valores cristãos. Seria um parceiro de coalizão muito valioso para o FvD”, diz Lars.
Brexit e Nexit
Lars afirma que o Brexit foi simplesmente uma excelente jogada. Segundo o estudante, os Estados-nações devem ser soberanos em suas próprias decisões. Ele adoraria que a Holanda seguisse o caminho do Reino Unido. No entanto, ele explica que a lei holandesa está subordinada à europeia.
“Quão louco é um líder de simplesmente aceitar isso?”, diz Lars indignado com as decisões tomadas pelo governo holandês.
“Não há nada de errado com os acordos comerciais, mas a União Europeia vai muito além disso. A UE está trabalhando para substituir nosso povo por povos islâmicos que querem dominar nossa cultura. E eles estão plenamente conscientes disso”, diz Lars.
Para Lars, o islã é uma ideologia de ódio. Segundo o estudante, se os europeus permitirem o Islã na Europa, a própria identidade europeia será perdida.
“A imigração em massa para a Europa é um plano preconcebido para destruir a identidade europeia. A nossa sociedade europeia deve e será enfraquecida. Isso é extremamente ruim e é preciso conscientizar as pessoas sobre isso”, explica Lars.
Líderes e governos mundiais
Em um bate e rebate de perguntas sobre sua opinião a respeito de líderes e governos mundiais, Lars responde:
Crise da Venezuela: “A décima terceira prova de que o comunismo não funciona. Um governo que está colocando em risco seu próprio povo por meio de um sistema conhecido por não funcionar. Extremamente mau e perigoso.”
Comunismo / Socialismo: “É extremamente ruim aplanar as diferenças entre as pessoas, tanto econômicas quanto sociais. É importante que exista inovação, que a sociedade progrida. Você interrompe isso com a política comunista / socialista. Não é natural e nunca funcionou na prática. E nunca funcionará.”
Angela Merkel: “Quer atrair milhões de imigrantes que causam problemas todos os dias. Ela também parece jogar com outros líderes europeus contra Trump. Eu não gosto dessa falta de esperteza.”
Nigel Farage: “Para mim, a definição de um homem que defende o povo. Atreve-se a falar a voz do povo britânico comum. Tem bom senso.”
Barack Obama: “É um líder superestimado. É quase adorado quando, na realidade, ele conseguiu pouco. Fez muito pouco pela própria América, nunca colocou a América em primeiro lugar.”
Donald Trump: “Um líder habilidoso que fala com a voz do povo. Atrevo-me a apostar que ele pode executar um segundo mandato. Obviamente, isso também seria uma boa notícia para movimentos conservadores em todo o mundo. É ótimo que um homem como Trump possa se tornar presidente.”
Jair Bolsonaro: “Conduz políticas que devem ser altamente respeitadas. Representa os valores tradicionais da família e é importante que esse som seja ouvido. É importante que um líder seja firme, algo que absolutamente não vemos na Holanda. As pessoas geralmente parecem ter medo disso na Europa. E ser determinado é tão importante nestes tempos.”
Construindo pontes
Para encerrar a entrevista exclusiva com o jovem estudante Lars de Vries e criar um ponte entre os conservadores na Europa e no Brasil, o Conexão Política pediu para o estudante de História deixar uma palavra para os conservadores brasileiros.
“Espero que haja uma consciência de que o som conservador é ouvido cada vez mais. Isso ocorre porque as mídias sociais não foram censuradas pela elite esquerdista. De fato, tenhamos certeza de que uma ponte possa ser feita entre esse movimento. Mesmo que nem sempre concordemos um com o outro em algum assunto nesse movimento, ainda devemos permanecer fortes juntos. O ‘establishment’ deve ser rompido; e isso só pode ser feito trabalhando juntos. Deixe este artigo servir como ponte entre a Holanda e o Brasil.”
Caso você queira estreitar os laços com mais conservadores no mundo, a seguir, o link das redes sociais de:
Lars de Vries (estudante de História, conservador holandês e colunista do Ongehoord Nederland), clique neste link para segui-lo no Twitter.
Eva Vlaardingerbroek (jurista holandesa, conservadora, influencer e colunista do Conexão Política); clique neste link para segui-la no Twitter e neste link para segui-la no Instagram.
Adam Starski (conservador polonês e produtor do ‘Poland Daily’ e do ‘Poland Daily History’, programas exibidos na emissora ‘TV Republika’, na Polônia e colunista do Conexão Política); clique neste link para segui-lo no Twitter.