No depoimento que prestou na Superintendência da Polícia Federal (PF) em Curitiba no último sábado (2), o ex-ministro Sergio Moro disse, em pelo menos duas ocasiões, que não acusou o presidente Jair Bolsonaro de ter cometido crime.
Moro relatou aos investigadores da PF e da PGR que não o chefe do Executivo de crime tipificado, uma vez que esse juízo caberá às “instituições competentes”.
De acordo com o ex-ministro, o relato que ele fez no último dia 24, quando pediu demissão do cargo, foi uma narrativa de interferência política, que ele confirmou e repetiu aos investigadores no seu depoimento, mas que em nenhum momento acusou Bolsonaro de estar incurso em delitos previstos no Código Penal ou na Lei nº. 1979/50 – que estabelece os crimes de responsabilidade.
“Quem falou em crime foi a Procuradoria-Geral da República na requisição de abertura de inquérito”, disse Moro durante depoimento cuja íntegra foi obtida pela CNN Brasil.
Em outro momento, o ex-ministro disse que não sabe quais os motivos que lavara Bolsonaro a ter tido o desejo de mudar o superintendente da PF do Rio em agosto de 2019. Ele disse que a pergunta teria que ser dirigida ao presidente.