O ministro João Otávio de Noronha, presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), negou o pedido de habeas corpus do empresário chinês Zheng Xiao Yun, preso em flagrante durante operação da Polícia Civil de São Paulo que identificou o desvio de aproximadamente 15.000 testes para o coronavírus chinês (Covid-19). A carga foi avaliada em R$ 80 mil.
No pedido de liberdade, a defesa alegou que Zheng, por ter quase 60 anos e problema cardíaco, integra o grupo de risco do coronavírus chinês e está mais exposto ao contágio no ambiente carcerário.
O empresário é vice-presidente da Associação Chinesa do Brasil e, em depoimento, afirmou que teria feito a ligação entre a Saúde do governo João Doria com hospitais de Wuhan, para troca de informações sobre o coronavírus.
Na operação contra ele, a Polícia Civil apreendeu 15 mil testes, avaliados em R$ 80 mil, que foram desviados do aeroporto internacional de Guarulhos para um depósito particular. Havia negociação em curso para vender o material por cerca de R$ 3 milhões.
No depósito, foram apreendidas armas de diversos calibres, munições e cerca de R$ 25 mil em dinheiro.
Segundo as investigações, os envolvidos ainda ofereceram mais testes, que chegariam a São Paulo nos próximos dias.
Zheng tem um histórico “interessante”. Por pouco ele não foi condenado por trazer relógios falsificados para o Brasil; e já foi sequestrado por cobrança de dívidas, assistindo sua secretária morrer a tiros por engano, quando na verdade, o alvo era sua própria esposa. O crime teria sido encomendado por seu ex-sócio.