Nesta última terça-feira (28), o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que a aproximação do presidente Jair Bolsonaro com integrantes do chamado ‘centrão’ pode resultar na construção de uma base do governo na Câmara.
Perguntado se o gesto era um indicação de que Bolsonaro sucumbiu à “velha política”, tão criticada durante a campanha eleitoral, Maia afirmou que esses questionamentos deveriam ser dirigidos ao governo.
“Quem tem que explicar é o governo. Quem fez as críticas foi o governo. Então quem tem que explicar as suas relações são os membros do governo. O diálogo é sempre importante. O governo escolhe com quem dialoga. Se no passado fez críticas, cada um pode ter condições de explicar”, declarou.
Maia ressaltou que possui uma boa relação com todas as legendas da Casa e avaliou ainda que o governo “tem o direito de escolher” aqueles com quem quer dialogar e montar uma base parlamentar.
“No parlamento é natural que haja base [do governo], oposição e independentes. Não muda nada a minha relação com o governo, com nenhum partido, continua a mesma. Só que agora, de fato, uma parte, de forma objetiva, pode ser parte de uma base do governo. Vamos ver. Na relação com a presidência da Câmara nenhum partido vai ter problema porque apoia ou critica o governo. Aqui é a casa da democracia”, finalizou.
MOURÃO
Conforme noticiado pelo Conexão Política, durante videoconferência promovida pela consultoria Arko Advice na segunda-feira (27), o vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, confirmou a aproximação do presidente Jair Bolsonaro com partidos e políticos do chamado ‘centrão’. De acordo com o general, o intuito é conseguir estabilidade para o governo federal.
Mourão disse que no início do governo Bolsonaro, a estratégia foi adotar o pragmatismo e a defesa de uma agenda reformista, o que teria funcionado, segundo ele, apenas “no primeiro momento”, mas que a necessidade de criar uma base de apoio entre os parlamentares influenciou a mudança de postura do presidente.
“A partir do final do ano passado e começo deste ano, com essa situação do coronavírus, obrigou o presidente a buscar uma nova forma de diálogo com o Congresso, buscando efetivamente como outros presidentes tiveram que fazer, uma aproximação mais cerrada com os partidos, junto aos partidos políticos, de modo que ele construa uma base que lhe dê uma certa estabilidade para tentar aprovar aquilo que nós julgamos necessário”, declarou.