Os Estados Unidos ameaçaram nesta quinta-feira (9) impedir que a China Telecom, controlada pelo Partido Comunista Chinês, continue operando no mercado norte-americano por riscos de segurança.
A recomendação foi feita pelos principais departamentos do governo, incluindo Defesa, Estado e Segurança Interna, e orienta a Comissão Federal de Comunicações (FCC, em inglês) a “revogar e encerrar” todas as autorizações da subsidiária da gigante chinesa nos EUA, China Telecom, para fornecer serviços internacionais de telecomunicações para e a partir dos Estados Unidos.
“As agências do Poder Executivo identificaram riscos substanciais e inaceitáveis de segurança nacional e aplicação da lei associados às operações da China Telecom, que tornam as autorizações da FCC inconsistentes com o interesse público”, afirmou o Departamento de Justiça em comunicado.
Se aprovada, a mudança pode significar que centenas de milhões de clientes de telefonia e internet da China Telecom – a segunda maior operadora de telefonia móvel da China – podem perder a conectividade com os Estados Unidos.
As agências americanas disseram que a China Telecom é vulnerável à “exploração, influência e controle” do governo chinês.
As agências também fizeram a recomendação com base na “natureza das operações da China Telecom nos EUA”, que disseram permitir a membros do governo chinês “se envolver em atividades cibernéticas maliciosas, permitindo espionagem econômica, interrupção e violação das comunicações americanas”.
Isso ocorre apenas cinco dias após a administração do presidente Donald Trump formar um órgão para revisar formalmente as suspeitas de segurança nacional relacionadas às empresas estrangeiras de telecomunicações ativas nos Estados Unidos.
As autoridades de segurança nacional dos EUA demonstram crescente preocupação com as empresas e tecnologias de telecomunicações chinesas.
Huawei
Washington já proibiu a Huawei, maior fornecedora mundial de equipamentos de telecomunicações e líder na nova tecnologia 5G, de fornecer sistemas governamentais aos EUA e desencorajou fortemente o uso de seus equipamentos pelo setor privado americano.
A inteligência dos EUA acredita que os equipamentos da Huawei podem estar comprometidos pela inteligência chinesa, e Washington pressionou também seus aliados a encontrar outros fornecedores.
O Departamento de Justiça dos EUA também emitiu acusações contra vários chineses acusados de participar de operações hackers e roubo de segredos comerciais sob supervisão do governo chinês.
Ataque hacker de 2017
Em 10 de fevereiro, o Departamento de Justiça indiciou quatro membros do Exército Popular de Libertação da China por suposto envolvimento no ataque hacker de 2017 ao banco de dados da agência de classificação de crédito norte-americana Equifax, levando ao roubo das informações pessoais sensíveis de cerca de 145 milhões de americanos e residentes.