Trabalho consiste na produção de partículas similares ao vírus com o objetivo de identificar moléculas que possam inibir a infecção pelo coronavírus chinês
A Comissão Técnica Nacional em Biossegurança (CTNBio/MCTIC) aprovou em 31 de março, em reunião extraordinária, estudos com componentes geneticamente modificados do coronavírus chinês realizados pelo Laboratório Nacional de Biociências (LNBio/MCTIC) do Centro Nacional de pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), organização social do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). Essa foi a primeira deliberação realizada por videoconferência pelo colegiado.
O trabalho desenvolvido no LNBio/MCTIC consiste na produção de partículas similares ao vírus mas sem carga infecciosa (virus-like particles) com o uso de três proteínas do Sars-Cov2. O estudo tem o objetivo de identificar novas e potenciais moléculas que possam inibir a infecção pelo coronavírus, o que pode contribuir no desenvolvimento de novos medicamentos para tratamento da doença.
A aprovação da CTNBio/MCTIC é necessária porque, de acordo com a Lei de Biossegurança, cabe à comissão, uma instância colegiada multidisciplinar componente do MCTIC, analisar os estudos com organismos geneticamente modificados (OGMs) no Brasil, sejam plantas, células humanas, animais ou micro-organismos. É o que explica a presidente da CTNBio/MCTIC, Maria Sueli Felipe:
“Para construir no laboratório essas partículas é necessário utilizar tecnologia do DNA recombinante e fazer a manipulação genética no caso em vetores bacterianos. Nesta condição, o LNBio/MCTIC tinha necessidade de submeter o projeto para análise de Biossegurança pela CTNBio/MCTIC, para avaliação de possíveis efeitos adversos a saúde humana, animal, vegetal e ao meio ambiente”, explica.
Ainda segundo a presidente da comissão, outras deliberações ligadas a Covid-19 estão na pauta das próximas reuniões, com datas a serem definidas. A CTNBio, no âmbito do MCTIC, reúne cientistas e especialistas com atuação reconhecida em diversas áreas do conhecimento relacionados a Organismos Geneticamente Modificados (OGMs). Sua finalidade é estabelecer normas de segurança e mecanismos de fiscalização de atividades que envolvem OGMs, além de assessorar o governo federal na formulação e implementação da Política Nacional de Biossegurança.
Com informações, MCTIC.