No cargo desde 2017, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, tornou-se uma das figuras de maior destaque no noticiário internacional em meio à pandemia do novo coronavírus.
No entanto, o que muitos não sabem, é o que diretor-geral do órgão já teve seu nome envolvido em diversas contendas na Etiópia, seu país de origem.
A polêmica mais conhecida foi a acusação feita em 2017 pelo especialista em saúde global Lawrence Gostin.
Gostin acusou Tedros de ter encoberto epidemias de cólera durante seu período de ministro da Saúde do país africano. De acordo com Gostin, que na época dos fatos ocupava o cargo de diretor da Universidade de Georgetown, nos Estados Unidos, a prática de ocultação de epidemias era fato comum na Etiópia, mas a situação continuou durante a gestão de Tedros.
“Dr. Tedros é um funcionário de saúde pública compassivo e altamente competente. Mas ele tinha o dever de dizer a verdade ao poder e identificar e relatar honestamente os surtos de cólera verificados por um período prolongado”, afirmou Gostin na época.
Outra controvérsia aconteceu durante o período eleitoral para a atual gestão da OMS, quando o nome de Tedros recebeu enxurrada de críticas de cidadãos de seu país.
Nas mídias sociais, os etíopes acusavam o ex-ministro da Saúde de ter sido o “responsável pelos crimes contra a humanidade na Etiópia”. Houve até uma campanha na internet com a tag #NoTedros4WHO, que em português significa #TredosParaOMSnão.
Exemplo de imagem que era divulgada por internautas durante a eleição para a OMS | Foto: Reprodução
Após eleito ao cargo de diretor da OMS, Tedros foi questionado sobre escolhas de nomes ligados a governos de esquerda para gerir setores estratégicos da organização.
A médica brasileira Mariângela Batista Galvão Simão, figura presente no Ministério da Saúde durante os governos do PT, foi uma das pessoas escolhidas por Tedros para ocupar o cargo de diretora-geral assistente para acesso a medicamentos, vacinas e produtos farmacêuticos da OMS.