Em pronunciamento no rádio e na TV na noite desta terça-feira (24), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que o novo coronavírus (covid-19) está sendo enfrentado e pediu calma à população.
“Sem pânico ou histeria, como venho falando desde o princípio, venceremos o vírus e nos orgulharemos”, afirmou.
Bolsonaro disse ainda que as autoridades devem evitar medidas como proibição de transportes, o fechamento de comércio e o confinamento em massa.
“Nossa vida tem que continuar. Os empregos devem ser mantidos. O sustento das famílias deve ser preservado. Devemos, sim, voltar à normalidade”.
Repercussão
Políticos e autoridades reagiram ao pronunciamento de Jair Bolsonaro sobre a pandemia do coronavírus.
Declarações foram dadas em coletiva e também por meio das redes sociais.
Witzel
O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel afirmou que não concorda com o presidente e vai manter a quarentena no estado.
Segundo ele, a fala do presidente não encontra eco nas opiniões técnicas dos especialistas em saúde.
Doria
Doria disse que não deixará ‘à própria sorte’ os 6 milhões de idosos que vivem no Estado de São Paulo e são a população de maior risco de morte pela covid-19.
“Não é uma gripezinha, não é um resfriadozinho. É um assunto sério, difícil, e a maior crise de saúde na história do País”, disse
Caiado
Nesta quarta-feira (25) o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM-GO) anunciou que rompeu com o presidente Jair Bolsonaro.
Para ele, Bolsonaro foi “irresponsável”.
“Tanto na política como na vida, a ignorância não é uma virtude”, disse o governador.
Ainda segundo ele, o pedido de Bolsonaro para que escolas sejam reabertas será ignorado.
“Com tranquilidade, mas com a autoridade de governador e de médico, eu afirmo que as declarações do presidente não alcançam o estado de Goiás. As decisões em Goiás serão tomadas por mim, com base no trabalho de técnicos e especialistas”, afirmou.
Ainda em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, Caiado assegurou que o presidente Jair Bolsonaro perdeu as condições de liderar o enfrentamento ao novo coronavírus no Brasil.
“Chegou a mim e eu pensei que fosse alguma montagem. Eu quis me certificar de que aquilo era realmente verdade”, disse.
Briga política agita Twitter
A tentativa de isolar o presidente da República fez com que os nomes de Witzel, Doria e Caiado imediatamente foram alvos boicotes nas redes sociais.
As reações negativas superaram as positivas.
Entre o eleitorado da direita, a popularidade do governo Jair Bolsonaro mantém-se positivamente.
Witzel foi o primeiro a ser chamado de ‘traidor’ pelos usuários da plataforma do Twitter.
A hashtag #Witzel voltou a ser tendência no Twitter desde a última terça-feira, 24, justamente após o pronunciamento do presidente.
Doria também foi durante rechaçado pelos internautas, que colocaram a tag #DoriaVaiQuebrarSP entre os assuntos mais comentados da rede social.
Caiado não ficou de fora e rapidamente foi alvo de repúdio.
Entre os opositores, movimentos e representantes de grupos de direita de Goiânia, que marcaram presença nos ‘tuitaços’ contra o governador.
Senadores e ministros do Supremo Tribunal Federal também foram criticados na rede social.