O primeiro-ministro Sudão, Abdallah Hamdok, sobreviveu ontem, 09, a uma tentativa de assassinato depois que seu comboio foi atacado na capital, Cartum.
A TV estatal sudanesa disse que ocorreu uma explosão no momento em que seu carro fazia o trajeto costumeiro até seu escritório. Ninguém saiu ferido e, após o incidente, Hamdok foi levado a um lugar seguro. Sua família assegura que ele está bem e nada aconteceu a ele e a outros ocupantes do carro e dos veículos que faziam sua segurança.
“O ataque serve como um sinal de que grupos radicais permanecem no Sudão, que não estão contentes com as muitas reformas que o país implementou nas áreas de direitos humanos, incluindo o direito à liberdade de religião”, comentou o porta-voz da Portas Abertas que responde pelo trabalho na África Subsaariana. Esse ataque agitou a comunidade cristã, que sempre foi perseguida e pressionada pelo governo sudanês.
Hamdok foi nomeado primeiro ministro de transição do Sudão em agosto passado, alguns meses após a derrubada do presidente Omar al-Bashir.
Ele disse que o ataque serviu apenas como “um empurrão adicional à roda da mudança no Sudão”. Até agora, nenhum grupo reivindicou a responsabilidade do ataque identificado como atentado terrorista.
Ser cristão no Sudão
O Sudão se tornou um país onde cristãos enfrentam sérias restrições individuais e coletivas. O país intensificou a demolição de igrejas e prisão de cristãos. Esse é um dos resultados que provém da aplicação total da sharia (conjunto de leis islâmicas), que o presidente al-Bashir votou para implementar, após a separação do Sudão do Sul. É um país que tem sido consistentemente designado como “país particularmente preocupante” pelo governo americano.
O ano de 2019 foi difícil para cristãos de diversas formas: primeiro porque cristãos estão perdendo igrejas que usaram durante anos. Além disso, eles têm encontrado dificuldades para construir novas igrejas, sendo que o maior obstáculo são os escritórios do governo, responsáveis por emitir a permissão necessária. Segundo porque o governo tem prendido e intimidado muitos líderes cristãos. Além disso, o atual caos político no país tem deixado os cristãos no limbo. Embora o exército e ativistas pró-democracia tenham assinado um conjunto de acordos, a falta de clareza permanece.
O Sudão ocupa a 7ª posição na Lista Mundial da Perseguição, lançada anualmente pela Portas Abertas, que classifica os 50 países que mais perseguem cristãos no mundo. A posição alta do país na Lista demonstra que a perseguição a cristãos no país tem sido extrema e requer uma série de medidas para que possa ser amenizada.
Capacite cristãos africanos
Um dos grandes desafios de cristãos em países da África Subsaariana tem sido o ensino para cristãos recém convertidos do islamismo. Líderes religiosos, muitas vezes, não sabem acolher ou discipular esses cristãos nos fundamentos da Palavra de Deus. Para isso, a Portas Abertas lançou a campanha Discipulado para Cristãos Africanos, que visa capacitar líderes e cristãos perseguidos na região. O treinamento visa oferecer entendimento bíblico, possível por meio do discipulado, para auxiliá-los a se consolidar e compartilhar o que aprenderam. O discipulado também os ajuda a lidar com a fé e saber como agir mediante a perseguição.
Para participar e saber mais, clique neste link.
Com informações, Portas Abertas.