O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu entrevista ao Correio Braziliense.
Em sua fala, Gilmar defendeu que a dificuldade para se aprovar projetos do Executivo no Congresso faz parte do “jogo democrático” e que “não devemos ter nenhuma saudade do regime militar”.
“Devemos esclarecer a opinião pública. Vejo, por exemplo, algumas pessoas dizendo: saudades da ditadura militar. Fui aluno de universidade no período do governo militar. Vi a universidade invadida por militares. Não tenho saudade alguma. Tivemos ditadura, sim, lamentável. Não devemos ter nenhuma saudade do regime militar”, declarou.
E completou: “Quer dizer, há alguma que coisa está sendo impedida de se fazer dentro do jogo democrático? Ah, mas tem que negociar com o Congresso. É assim mesmo. O regime democrático é, de fato, dificultoso. Edita uma medida provisória e tem que aprovar no Congresso e, para isso, precisa ter maioria. Isso é assim em qualquer país democrático”.
Ao ser questionado sobre as manifestações em defesa do governo federal que estão marcadas para o próximo dia 15 de março, o ministro do STF reagiu: “A gente deve gastar energia com questões, de fato, substanciais. Se houvesse um projeto de reforma e, de fato, o Congresso não estivesse votando, então, vamos fazer uma manifestação para que haja uma deliberação mais célere. Mas não faz sentido isto. O Congresso está deliberando de uma maneira madura, como há muito não se via”.