O presidente francês, Emmanuel Macron, ficou bastante irritado durante sua visita a Israel. O incidente ocorreu na igreja de Santa Ana em Jerusalém. A Igreja de Santa Ana, que os turcos otomanos doaram para a França no final do século XIX, é considerada um território da França.
Macron ficou bastante zangado com os policiais israelenses do Shin Bet por eles quererem entrar na igreja com ele. Afinal, a igreja de Santa Ana fica no bairro islâmico da cidade antiga e faz sentido que Israel quisesse guardar a segurança absoluta do presidente francês.
Ao entrar no pequeno enclave francês em Jerusalém, Macron discutiu com o serviço de segurança israelense que cuidava de sua segurança durante sua visita a Israel.
“Todo mundo conhece as regras. Não gosto do que vocês acabaram de fazer comigo. Ninguém tem que provocar ninguém. Vocês fizeram um ótimo trabalho na cidade. Eu agradeço. Por favor, respeite as regras como têm sido há séculos. Elas não vão mudar comigo. Faça com que vocês saiam daqui. Saiam agora!”, disse Macron à polícia israelense.
Assista ao vídeo da explosão de Macron contra os seguranças israelenses.
Mais tarde, Macron teve que se desculpar à polícia israelense por sua explosão e apertou as mãos das forças de segurança israelenses, mas isso foi negado pela França na noite de quarta-feira (22).
“Não houve desculpas presidenciais às forças de segurança israelenses”, disse o Palácio Presidencial francês.
Igreja de Santa Ana
A Igreja de Santa Ana (Sainte-Anne de Jérusalem) é uma basílica católica romana do século XII, localizada na cidade antiga de Jerusalém, em Israel. A igreja foi construída pelos padres em 1142 no local onde, segundo os católicos, nasceu Maria, a mãe de Jesus. Quando os católicos foram expulsos, a igreja foi transformada em uma mesquita. O nome Ana vem do grego e deriva do nome hebraico Hannah.
Durante o período romano, um santuário pagão para o deus egípcio Serapis ou o deus romano Asclépio, foram edificados nos terrenos próximos aos tanques de Betesda. Uma basílica bizantina foi construída sobre os restos do santuário no século V, mas foi parcialmente destruída pelos persas em 614 e depois restaurada por Baldwin I, o primeiro rei cruzado de Jerusalém. Uma pequena capela, também conhecida como Igreja do Paralítico ou Moustier (mosteiro em Francês), foi então construída pelos Cruzados sobre uma extensão do tanque norte de Betesda.
A igreja atual de Santa Ana foi construída entre 1131 e 1138, durante o reinado da rainha Melisenda, perto dos restos da basílica bizantina, sobre o local de uma caverna que os cruzados acreditavam ser o local de nascimento de Maria. A igreja foi dedicada a Ana e Joaquim, os pais judeus de Maria, que segundo alguns acreditam, viviam alí.
Ao contrário de muitas outras igrejas cruzadas, a Igreja de Santa Ana não foi destruída após a conquista de Jerusalém por Ṣalāḥ ad-Dīn em 1187. Em 1192, Ṣalāḥ ad-Dīn, conhecido no Ocidente como Saladino, transformou o local em uma instituição educacional islâmica, conhecido como al-Madrasa de Saladino, como ainda é mencionado em uma inscrição em árabe acima da entrada.
No século XV, era considerada a local de ensino de maior prestígio da cidade, com um dos estudantes mais importantes sendo o advogado muçulmano e historiador da cidade, Mujir al-Din (1456-1522). Durante o renovado domínio islâmico otomano da região, os peregrinos cristãos só eram permitidos dentro da caverna após o pagamento de uma taxa. Eventualmente, a instituição de ensino foi abandonada e o antigo prédio da igreja caiu em desuso.
Território francês?
Em 1856, o sultão otomano Abdülmecid I doou a igreja a Napoleão III como agradecimento pelo apoio francês durante a Guerra da Criméia (1853-1856). Napoleão III (1808-1873), primo do imperador Napoleão Bonaparte I, foi o primeiro presidente da França de 1848 a 1852 e o último rei francês de 1852 a 1870.
A igreja foi posteriormente restaurada, mas a maior parte do que é hoje é original. Uma segunda restauração foi necessária após a igreja ter sido danificada durante a Guerra dos Seis Dias em 1967.
O governo francês afirma até hoje que a igreja de Santa Ana e suas terras pertencem ao Estado francês.
Em 1996, durante a visita de Jacques Chirac a Jerusalém, o antigo presidente francês se recusou a entrar na igreja até os soldados israelenses que o acompanharam partirem exatamente como fizeram ontem com o presidente Emmanuel Macron.
Desde 1878, a igreja é administrada pelos Missionários da África, uma ordem católica, chamada coletivamente de “Os Pais Brancos” por causa da cor de suas vestes. Entre 1882 e 1946, o local abrigou um seminário para o treinamento de padres católicos gregos.
Com informações, Arutz Sheva, The Times of Israel, Le Parisien e VRT NWS.