Nesta segunda-feira (13), os cientistas da Universidade de Vermont nos Estados Unidos publicaram um novo artigo na revista científica Proceedings, da Academia Nacional de Ciências, anunciando uma “nova forma de vida biológica programável.
Os cientistas disseram que conseguiram criar uma nova forma de vida. É um organismo vivo e programável. Eles utilizaram células de um embrião de sapo e as transformaram em uma máquina controlável.
“Não é uma espécie animal existente, nem um robô tradicional. É o primeiro ‘xenobot’ ou ‘robô vivo'”, disse um dos desenvolvedores, Josh Bongard.
Supercomputador
Os novos organismos foram projetados por um supercomputador e construídos por biólogos. O supercomputador criou milhares de designs possíveis para a nova forma de vida, através de uma versão virtual do desenvolvimento. Por exemplo, o computador foi solicitado a criar algo que se movesse em uma determinada direção e, em seguida, tentou combinar células de inúmeras maneiras, até que fizessem exatamente o que foi solicitado. Isso resultou em um desenho teórico.
Em seguida, um microcirurgião começou a trabalhar colocando o design em prática. Ele pegou células-tronco dos embriões de sapos africanos, cultivou-as e cortou-as em pedaços com dispositivos ultrapequenos, e depois as remontou da maneira que o supercomputador havia indicado. Dessa maneira, foi criada uma forma de vida completamente nova que não existia antes na natureza.
Os “robôs vivos” funcionaram como esperado. Eles conseguiram se mover sozinhos, de maneira coerente e começaram a explorar seu ambiente. Segundo os pesquisadores, os xenobots também conseguiram empurrar alguns grânulos espontaneamente. Eles também podem “curar” a si mesmos se forem danificados. E se eles morrerem, seriam completamente biodegradáveis.
Aplicações
Segundo o artigo, as aplicações são muito diversas. Os xenobots podem transportar medicamentos através do corpo de um paciente ou veias, mas também podem detectar contaminação radioativa ou limpar os oceanos.
Eles foram desenvolvidos no Centro de Biologia Regenerativa e do Desenvolvimento da Universidade Tufts, perto de Boston, nos EUA.
Questões éticas
A ciência vem mudando a maneira como os organismos funcionam há algum tempo, mas nos últimos anos houve grandes saltos nessa área.
Os cientistas acreditam que podem criar xenobots ainda mais complexos. Por exemplo, eles poderiam equipá-los com uma bolsa para que pudessem transportar alguma coisa.
No entanto, questões éticas surgem imediatamente desta pesquisa.
Os próprios cientistas admitem que há um perigo na descoberta. Se os sistemas se tornassem tão complexos, as pessoas não poderiam mais prever como os novos organismos se comportariam. Sem mencionar a possibilidade de que a tecnologia possa ser usada para fins maus.
Assista ao vídeo da nova forma de vida programável.