O último domingo (5) foi um dia tumultuado na Venezuela, quando o ditador Nicolás Maduro assumiu forçadamente o controle da legislatura do país – a Assembleia Nacional. Forças leais ao ditador impediram o líder da Assembleia Juan Guaidó e seus aliados de entrar no legislativo para votar em sua reeleição.
Guaidó foi empurrado para trás ao tentava subir as grades do prédio da Assembleia Nacional.
Sem realizar uma votação formal e democrática, os apoiadores de Maduro elegeram seu próprio candidato para liderar o legislativo, Luis Parra, membro do Partido Socialista Unido da Venezuela, de Maduro, que foi nomeado líder do órgão.
Os partidários de Guaidó se encontraram depois em um escritório para uma nova votação, e o reelegeram.
“A ditadura mais uma vez cometeu outro erro”, disse Guaidó, pouco depois de tomar posse.
O Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, disse que o Brasil não reconhecerá o resultado dessa forma de votação não-democrática.
“Em Caracas hoje, Maduro tenta impedir, à força, votação legítima na Assembleia Nacional e reeleição de Juan Guaidó para a presidência da Assembleia Nacional e do governo interino, crucial para a redemocratização do país. O Brasil não reconhecerá qualquer resultado dessa violência e afronta à democracia”, disse o Ministro Ernesto Araújo no Twitter.
Também o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, reconheceu Guaidó, referindo a ele como presidente interino da Venezuela e repreendendo “os fracassados esforços do antigo regime de Maduro para negar a vontade da Assembleia Nacional democraticamente eleita”.
“Durante meses, funcionários corruptos do regime se envolveram em uma campanha ilegal, violenta e desprezível de prisões, intimidação e suborno para destruir a última instituição democrática na Venezuela, a Assembleia Nacional, e para impedir que membros eleitos da Assembleia Nacional lançassem seus votos livremente e de acordo com as opiniões de seus eleitores”, afirmou Pompeo.
“Parabéns a Juan Guaidó por sua reeleição na Assembleia Nacional da Venezuela! Prisões, subornos e bloqueio de acesso ao seu prédio não conseguiram impedir a Assembleia Nacional da Venezuela. Somente um governo de transição que organiza eleições presidenciais livres e justas pode acabar com a crise”, disse Pompeo no Twitter.
Dirigindo-se a repórteres do lado de fora do prédio da Assembleia Nacional, Guaidó chamou os apoiadores de Maduro de “legisladores traidores” e os acusou de “assassinar a república”.
O Brasil, os EUA e dezenas de governos estrangeiros reconhecem Guaidó como líder da Venezuela. No entanto, o povo venezuelano ainda não conseguiu tirar o ditador Maduro do poder.
Em abril do ano passado, Guaidó saiu às ruas com soldados fortemente armados, pedindo que os militares denunciassem e derrubassem Maduro.
Violentos conflitos tomaram conta das ruas de Caracas e milhares de manifestantes responderam ao chamado para se levantar contra o ditador venezuelano. Os militares de Maduro reagiram com violência e atacaram os manifestantes.
O uso da violência por Maduro foi tão grande que um veículo militar, dirigindo-se à multidão, atropelou vários civis. Pelo menos quatro pessoas foram mortas e centenas ficaram feridas durante as manifestações.
Anteriormente, o ditador venezuelano, Nicolás Maduro, já havia declarado que iria “conquistar” a liderança da Assembleia Nacional nas eleições.