Israel faz história novamente. O país que outrora viveu das exportações de laranja e mais tarde se tornou uma superpotência de alta tecnologia, agora também é exportador de gás.
Depois que os testes finais foram conduzidos com sucesso, o primeiro gás natural fluiu para o continente israelense através de um gasoduto do campo de gás Leviatã, a oeste do campo de gás de Tamar, que foi descoberto anteriormente e já está sendo explorado.
O Leviatã é o segundo maior campo de gás já descoberto no mundo e pode cobrir as necessidades de energia do Estado de Israel por mais de 60 anos, se o gás não for exportado. O campo de gás contém mais de 22 trilhões de metros cúbicos de gás e também meio milhão de barris de petróleo, de acordo com os cálculos atuais.
Inicialmente, não havia uma única empresa no mundo que ousasse explorar o gás, devido à sensível situação de segurança de Israel, mas agora, a empresa americana Noble Energy, juntamente à empresa israelense Delek, decidiu somar forças ao projeto.
Na quarta-feira (1), o ministro da Energia, Yuval Steinitz, anunciou que Israel também começou a exportar gás e que a Jordânia foi o primeiro país a receber gás do Estado judeu.
O acordo sobre o fornecimento de gás à Jordânia é altamente controverso no Estado desértico que não produz petróleo ou gás. Na semana passada, um grupo não identificado tentou incendiar um posto de gasolina na Jordânia, após protestos que chegaram ao parlamento jordaniano.
O Egito, que anteriormente era abastecido com gás do campo de Tamar, seguirá a Jordânia ainda neste mês. No entanto, essas entregas anteriores haviam sido interrompidas durante os anos turbulentos, após a renúncia do ex-presidente egípcio, Hosni Mubarak, depois que o oleoduto foi repetidamente sabotado.
Gás para a Europa
Na semana passada, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu também viajou para a Grécia para assinar um acordo sobre a construção de um gasoduto de Israel para levar gás israelense à Europa – via Chipre e Grécia, para a Itália.
Porém, esse acordo agora parece ter sido frustrado pela Turquia, que concluiu um acordo com o governo líbio para conectar as zonas econômicas dos dois países nas águas do Mediterrâneo.
Depois de assinar este acordo com a Líbia, o ditador Recep Tayyip Erdogan, da Turquia, anunciou que o gasoduto para a Europa agora precisa de sua aprovação e já fez ameaças com ações não-identificadas.
O governo ditatorial de Erdogan também está tentando sabotar a cooperação grego-cipriota-israelense ao perfurar gás em torno de Chipre. Erdogan recentemente enviou um navio que afugentou um navio de pesquisa israelense que estava realizando testes nas águas ao redor de Chipre e impossibilitou a continuação das pesquisas.
O acordo sobre o fornecimento de gás para a Europa cobrirá a demanda de energia do continente em 10% e tornaria a Europa menos dependente do gás russo.
Independência e crescimento
A abertura do gasoduto para o campo de gás do Leviatã também significa que Israel agora se tornou basicamente independente de energia. As únicas duas usinas que ainda funcionam com carvão começarão agora a usar gás, o que reduzirá ainda mais a poluição do ar.
Prevê-se que as contas de energia caiam e a receita das exportações de gás será usada para melhorar a educação e o bem-estar da população.
Israel deve continuar a desenvolver a economia sem considerar as receitas do gás. Em vez disso, serão combatidos os abusos na sociedade e serão feitos investimentos em cuidados de saúde, em particular em hospitais e educação, que, segundo a OCDE, também fica atrás da maioria dos Estados-Membros.
O ministro Steinitz considerou a abertura do camp de gás de Leviatã “um dia de festa para Israel” e “um evento de enorme significado macroeconômico e geopolítico”.
Energia Solar e eólica
Steinitz também se esforça para fazer de Israel um líder no campo da energia solar e da energia eólica.
Na quarta-feira (1), foi anunciado que o governo israelense liberou fundos para construir parques eólicos no norte de Israel e nas partes mais altas do país, como nas colinas de Golã.