O Jogo de azar e o conservadorismo podem caminhar juntos?
Ao longo dos séculos, os judeus e os cristãos desenvolveram uma maneira comum de determinar moralidade e ética, as quais formam a base do conservadorismo.
No judaísmo, os rabinos discutiram questões morais e éticas da Torá e compilaram suas opiniões no Talmude, um importante livro do judaísmo.
O Talmude menciona que o jogo é uma atividade financeira arriscada, além de um passatempo com a chance de um vício em jogo. De uma perspectiva moral, o jogo é visto como um pecado, porque o perdedor do jogo não espera perder. O jogo também não produz nada para a economia, não gera nenhum valor duradouro para a comunidade.
Portanto, Judaísmo e jogo não caminham juntos.
No cristianismo, os cristãos aderem à Bíblia, a Palavra de Deus. No que diz respeito ao jogo de azar, em vários versículos, a Bíblia sugere que jogar não é o caminho certo para ganhar dinheiro. A ganância não é aprovada na Bíblia. E há pessoas que vão ao cassino para ganhar dinheiro ou expandir seu “pote” de dinheiro.
A Bíblia não fala sobre jogos de azar como os que conhecemos hoje, mas diz que devemos ser prudentes com o nosso dinheiro e não ser controlados pelo vício. Também diz que o dinheiro ganho de forma desonesta não agrada a Deus.
Na Bíblia é possível ler relatos de pessoas que lançavam sortes para dividir bens ou tomar decisões de forma justa e imparcial, mas não para ganhar dinheiro.
O jogo em si não é o problema, mas sim, a intenção por trás do jogo.
Na carta de Paulo de 1 Timóteo 6:9-10, o apóstolo adverte que “O amor ao dinheiro é a raiz de todos os males” e quem busca adquirir dinheiro fácil, acaba encontrando muitas dificuldades.
Segundo a Bíblia, devemos viver satisfeitos com o que temos. Em Provérbios 13:11 está escrito que devemos ser prudente com o dinheiro e somos aconselhados a poupar aos poucos.
“Os bens que facilmente se ganham, esses diminuem, mas o que ajunta à força do trabalho terá aumento.” (Provérbios 13.11).
Participar em jogos de azar não é prudente. Esses jogos são feitos exatamente para não ganhar e as probabilidades estão sempre contra o jogador. Geralmente, nas mesas de jogatinas, os cassinos deixam o jogador ganhar um pouco para achar que pode ganhar mais e continuar no jogo. No entanto, na maioria das vezes o jogador acaba gastando muito mais do que ganha. Um “pulinho” para cair no vício.
Na carta de 1 Coríntios 6:12 diz que o cristão tem a liberdade de escolha, mas não se deve deixar dominar pelo vício. Mas, não podemos nos esquecer que a Bíblia também alerta para termos cuidado com os fracos e não sermos uma pedra de tropeço ao próximo.
O vício destrói muitos lares, muitos pais de família deixam de trazer o sustento a sua casa para continuar jogando.
Portanto, podemos concluir que os princípios conservadores com base no judaísmo e no cristianismo não combinam com apostas, cassinos e jogos de azar. Esses princípios sugerem que o desperdício de dinheiro e a ganância não se encaixam na fé e no conservadorismo.
Governo conservador
Um governo conservador não deve incentivar o vício em jogos, nem aprovar a liberação de cassinos e do jogo de azar. Caso uma decisão dessa seja feita, este governo carregará nas costas a culpa de arrecadar um contribuição desonesta e destruidora de famílias. E dessa forma, estará divergindo de seus próprios princípios.
A tolerância política em relação a cassinos com o intuito de gerar lucro com a renda destes não é conservadorismo. Na verdade, um governo conservador não deveria permitir loterias e cassinos, assim como a publicidade de jogos de azar.
Tolerar o vício de todos os tipos não é conservadorismo. É hora de uma nova política de prevenção e uma abordagem mais forte dos excessos, a fim de combater a deterioração da sociedade.
No caso do Brasil, se quisermos pôr em prática o slogan do Novo Governo: “Brasil acima de tudo e Deus acima de todos”, devemos no mínimo procurar seguir os princípios judaico-cristãos, e proteger as famílias brasileiras do grande mal que é o jogo de azar.
Um governo conservador que luta contra a legalização das drogas deve ter o mesmo engajamento na luta contra outros vícios. É incompreensível que um Brasil Conservador incentive o vício em jogos de azar. É tarefa do governo conter esse mal.
O governo deve se manifestar mais enfaticamente como guardião do bem-estar e da saúde das pessoas.
Cassinos não!