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Findou-se o tempo em que o brasileiro precisava aguardar as publicações ou exibições de jornais para que ficasse informado a respeito das eleições vigentes. Dois mil e dezoito será, sem sombra de dúvidas, o ano em que as redes sociais protagonizarão um papel importantíssimo no debate nacional.
Tratando-se das eleições presidenciais, a internet, devido ao seu alcance, terá o poder de alavancar candidaturas com angariação de votos ao mesmo tempo em que poderá refletir num efeito inverso, a depender do conteúdo veiculado. O fato é que a grande mídia e as grandes corporações de imprensa já não possuem toda a predominância sobre a opinião pública que possuíam outrora. A concentração existente entre os grandes meios de comunicação – ideologicamente comprometidos – não conseguem mais exercer seu poder político e comportamental perante à população.
Para a Presidência da República, até o momento, cerca de 16 políticos declaram-se pré-candidatos, sendo eles: Jair Bolsonaro, Luiz Inácio Lula da Silva, Ciro Gomes, Marina Silva, Manuela D´Ávila, Fernando Collor, Geraldo Alckmin, Levy Fidélix, João Amoedo, Valéria Monteiro, Álvaro Dias, Guilherme Boulos, Henrique Meirelles, Dr. Rey, José Maria Eymael e Rodrigo Maia.
Com um cenário parecido ao de 1989 no que tange ao número expressivo de opções ao Planalto, classifico as redes sociais como um divisor de águas em meio a um processo eleitoral formado – em sua grande maioria – por corruptos e maus-caracteres. Exemplo fático disso é a incerteza em torno da candidatura do petista Lula, condenado a 9 anos e meio por corrupção passiva e lavagem de dinheiro pela Justiça Federal e que, provavelmente, verá sua sentença ser confirmada pela segunda instância na próxima quarta-feira. A grande diferença de o pleito de 1989 para o de 2018 está justamente relacionado ao fim da hegemonia midiática que havia na época. De qualquer maneira, independentemente da variação eleitoral que este ano possa apresentar, as redes sociais e os usuários assumirão um papel incisivo na propagação da informação.
Vale lembrar que o processo eleitoral de 2014 já contava com certa mobilização virtual. Entretanto, após os inúmeros escândalos de corrupção que vieram à tona, as manifestações a favor do impeachment de Dilma Rousseff que aconteceram, as negociatas para sustentar-se no poder por parte do governo Temer, os processos oriundos da Lava Jato, as crises na segurança pública do Nordeste, a prisão dos ex-governadores do Rio de Janeiro, dentre tantos outros, posso afirmar que o brasileiro cansou-se do mainstream midiático e de poder que o assola há décadas e está bem mais interessado em saber quem serão seus mandatários e, consequentemente, a busca pela informação há de ser maior, o que resulta, de maneira lógica, em opinião política e intenção de voto a quem se opõe ao império político. Esta análise evidencia-se ainda mais se observarmos os números crescentes do deputado federal Jair Bolsonaro nas pesquisas eleitorais.
O mais interessante neste processo todo é justamente a divergência entre opinião pública e opiniões da mídia, baseadas, geralmente, em “análises políticas” que mais são, na verdade, elaborações de fatos ou a própria maquiagem dos mesmos. Embora a imprensa tradicional venha a classificar Bolsonaro como ameaçador, extremista e despreparado, o que se vê nas ruas é um eleitorado forte e totalmente convicto, fato este que pode ser atestado através do levantamento realizado no final do ano passado pela FSB Comunicação, que classifica o parlamentar como o presidenciável mais influente das redes.
Ante o exposto, há de se ressaltar que a guerra cultural está cada dia mais evidenciada e precisamos utilizar de todos os meios acessíveis para desbancar a quadrilha ideológica que perpetua-se no poder. Toda ajuda e divulgação é bem-vinda, desde que de boa-fé. As pessoas de bem deste país não podem mais sofrer nas mãos daqueles que não possuem outra ambição senão o enriquecimento ilícito através do Estado. O contexto atual permite que o eleitor não mais escolha seu candidato através de santinhos achados no chão ou jingles criados para ficar na cabeça. O conteúdo das redes sociais tornou-se o maior influenciador eleitoral e isso deve ser mantido. Não há que se falar em qualquer controle de mídia, seja ele qual for, em maior ou menor grau. A manutenção do acesso à informação também diz respeito à liberdade e, tratando de liberdade de um povo, não há meio termo.