O primeiro-ministro da Estônia, Jüri Ratas, e o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, assinaram um acordo sobre segurança da rede 5G em Washington, em 31 de outubro. O compromisso restringe o uso de produtos da Huawei para a implantação de redes móveis de próxima geração na Estônia, informou o jornal Postimees.
O pacto incorpora os princípios internacionais para o desenvolvimento seguro da rede 5G acordados em uma conferência de segurança em Praga, no início desta primavera europeia. Ele afirma que os países prestarão atenção especial a considerações políticas e econômicas na construção de redes 5G.
De acordo com o Postimees, este acordo compromete a Estônia a examinar se algum fabricante de equipamentos está sob a influência de seu governo de origem. É por esse motivo que o uso de equipamentos fabricados pela Huawei é restrito nos EUA, e as empresas de lá são proibidas de fornecer seus produtos à empresa chinesa.
O Serviço de Inteligência Estrangeira da Estônia concluiu no início deste ano que a Huawei não atendia a esse critério. Na Estônia, o maior parceiro da Huawei é a operadora móvel Elisa.
De acordo com o Postimees, anteriormente, o Ministério de Assuntos Econômicos e Comunicações da Estônia elaborou um novo regulamento sobre a segurança das tecnologias de rede da Internet. O projeto de regulamento exige que os operadores coordenem com o Estado a implementação de novas tecnologias de rede. Isso significa que os operadores devem solicitar à Autoridade Reguladora Técnica e de Defesa do Consumidor da Estônia (TTJA) antes de instalar novos dispositivos ou software. Esta aplicação será avaliada pelo Serviço de Inteligência Estrangeira, pela Polícia de Segurança da Estônia e pelo Conselho de Sistemas de Informação.
Se uma das instituições não aprovar a nova tecnologia, o aplicativo será encaminhado ao Conselho de Segurança Cibernética do Comitê de Defesa Nacional do governo.
Outros países
A Polônia se tornou o primeiro país a assinar um acordo semelhante com os EUA e também a adotar uma abordagem individual semelhante para cada questão. O Canadá e a Austrália também já se posicionaram contra a utilização da tecnologia chinesa no governo e em empresas estratégicas.
Alemanha, Noruega, Finlândia e vários outros países europeus estão cautelosos, mas disseram que ainda não descartam a possibilidade de usar a tecnologia Huawei em suas redes 5G.
A Huawei nega cooperação com o governo chinês e enfatiza que cumpre todos os padrões internacionais de segurança.
Os EUA afirmam que o governo do Partido Comunista Chinês, do ditador Xi Jingping, pode espionar o tráfego global com a tecnologia da Huawei, e Washington pede aos países ocidentais que sigam o exemplo dos EUA e evitem usar a tecnologia chinesa.
Acredita-se que a China, opera com cerca de um milhão de agentes de inteligência, utilizando as tecnologias de suas empresas, podendo trazer um grave prejuízo econômico aos países onde estas empresas se encontram. Principalmente países estratégicos, que possuem empresas multinacionais, estão na mira do Partido Comunista Chinês.
Brasil
Trilhando na rota dos EUA, Polônia, Estônia, Canadá e Austrália, espera-se que haja um posicionamento do novo governo no Brasil quanto à questão da segurança e privacidade das informações, que hoje se encontram nas mãos da China – fruto de anos da esquerda no poder.
Os governos anteriores não demonstraram preocupação com a segurança da informação, quando permitiram a entrada da tecnologia de telecomunicações de um país marxista no Brasil. Conforme dados da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), 81% das antenas de celular que transmitem sinal 2G, 3G e 4G para todos os aparelhos que utilizam a rede móvel, foram fabricados pela Huawei.
Apesar do Brasil e China serem grandes parceiros econômicos – e essa relação de cooperação pode ser mantida sem o viés ideológico – o governo brasileiro também deve se preocupar em não comprometer a segurança nacional brasileira.
As relações bilaterais podem ser fomentadas, se o foco for mantido no agronegócio, que é responsável pela maior parte das exportações brasileiras. No mais, há grandes oportunidades no campo das novas energias e da economia verde.