Um novo estudo galês diz que 76% das meninas que se machucam serão hospitalizadas, em comparação com apenas 49% dos meninos. Mas o objetivo final é a intervenção precoce, dizem os médicos, segundo a BBC.
Conduzido pela Universidade de Swansea, em Gales, o estudo examinou 15.739 casos de automutilação. O estudo concentrou-se em pessoas de 10 a 24 anos, entre 2003 e 2015. Entre as idades de 10 a 15 anos, 76% das meninas foram internadas no hospital para obter ajuda após a autoagressão, enquanto apeans 49% dos meninos foram hospitalizados. Esta informação ajudou na criação de um guia para os professores ajudarem os estudantes galeses.
O estudo constatou que a maior taxa de automutilação foi entre jovens de 15 a 19 anos, uma estatística que correspondia às descobertas de uma organização de linha direta de suicídio.
O maior aumento de automutilação foi observado entre as crianças de 10 a 14 anos e as taxas dobraram em áreas carentes versus áreas ricas. Homens e meninos compuseram mais da metade dos que procuram ajuda após incidentes de automutilação, 58%. Os médicos admitiram que eles achavam que os meninos não estavam sendo hospitalizados da mesma forma que as meninas, embora todas as partes estejam livres para sair sem aceitar a hospitalização.
Os dados foram compilados em vários locais onde os jovens procuraram ajuda – consultórios médicos, hospitais, ambulatórios e unidades de emergência em todo o País de Gales.
Embora a razão pela qual os pacientes tentaram cometer suicídio não tenha sido examinada, Amanda Marchant, da Swansea University Medical School e uma das coautoras do artigo, disse que era “importante reconhecer que qualquer contato com os serviços de saúde é uma oportunidade para fornecer apoio e intervenção”.
“Os médicos disseram que gostariam de receber mais treinamento ou ajudar a saber como apoiar esses jovens. O fato de meninos e jovens estarem buscando ajuda, preferencialmente nos departamentos de emergência, significa que este é um cenário importante para esse grupo frequentemente difícil de alcançar na área da saúde”, disse Marchant.
Kelly Thorpe, da organização de prevenção de suicídios Papyrus, confirmou que as estatísticas estão alinhadas com sua experiência em aconselhamento de pessoas vulneráveis.
“No entanto, a análise de dados mostrou um aumento no número de chamadas para jovens de 12 a 16 anos que se automutilam”, disse Thorpe.
O estudo faz parte de uma consulta lançada pelo governo galês para resolver problemas de saúde mental entre a população. O estudo revelou novos dados informando que 11.000 jovens procuraram aconselhamento entre 2017 e 2018.
Suicídio – Um grave problema de saúde pública global
Segundo a Agência Brasil, a cada 40 segundos, uma pessoa se suicida no mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma a importância de todos os países adotarem estratégias de prevenção com eficácia comprovada.
De acordo com o diretor-geral da OMS, é possível evitar o suicídio. Ele diz que, para isso, as nações precisam se mobilizar para implementar ações eficazes e políticas públicas eficientes. Segundo a OMS, apenas 38 países têm programas nacionais de saúde e políticas eficientes de prevenção ao suicídio.
Segundo o relatório ‘Suicídio no Mundo – Estimativas Mundiais de Saúde’, o suicídio é um grave problema de saúde pública global. Está entre as vinte principais causas de morte em todo o mundo. Há mais mortes causadas por suicídio do que por malária, câncer de mama, guerra e homicídio. O suicídio atinge cerca de 800 mil pessoas todos os anos.
A OMS considera a redução da mortalidade por suicídio prioritária como meta global. A meta foi incluída como indicador nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
As principais intervenções que demonstraram sucesso na redução de suicídios são: orientar a mídia sobre a cobertura responsável do tema; implementar programas entre os jovens para desenvolvimento de habilidades que lhes permitam lidar com o estresse da vida; identificação precoce, gerenciamento e acompanhamento de pessoas em risco de suicídio.
Brasil
No Brasil, o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) tem feito parcerias com instituições estudantis na prevenção de casos de automutilação e de suicídio. A campanha “Acolha a Vida”, uma iniciativa promovida pelo MMFDH, tem o objetivo de prevenir e combater este problema entre crianças, adolescentes e jovens.
Como parte da campanha “Acolha a Vida”, o MMFDH também firmou parceria com a Associação Psiquiátrica da América Latina (APAL). A entidade vai fornecer treinamento aos atendentes do serviço Disque 100, linha aberta para denúncias de violações de direitos humanos. O serviço atende pessoas que buscam apoio para situações de sofrimento e vontade de cometer algum ato de automutilação ou suicídio.
“A ideia é proteger essas pessoas, é acolher estas pessoas. É importante tirar o primeiro impulso, mostrar que há caminho. E isso é possível”, disse o presidente da APAL, Antônio da Silva à Agência Brasil.
Se você pensa em suicídio, o serviço Disque 100 realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo todas as pessoas que querem e precisam de ajuda, sob total sigilo. Ligue 100.