A jovem trabalhadora humanitária cristã dos EUA e refém do Estado Islâmico, Kayla Mueller, foi repetidamente estuprada pelo líder do grupo terrorista, Abu Bakr al-Baghdadi, teve as unhas arrancadas e foi forçada a “se casar” com ele.
Em 2013, Kayla Mueller, 26 anos, foi sequestrada em Aleppo, depois de deixar um hospital da organização Médicos Sem Fronteiras (MSF). Autoridades do governo dos EUA disseram que o líder do EI a torturou e a estuprou várias vezes em seu complexo.
Em 2015, o grupo terrorista afirmou que Mueller morreu em cativeiro. O corpo dela nunca foi encontrado.
Operação Al-Baghdadi dedicada à Kayla
No domingo passado (27), o assessor de segurança da Casa Branca, Robert O’Brien, disse em um programa da CBN News que a operação que resultou na morte do líder do EI, Abu Bakr al-Baghdadi, foi dedicada à jovem cristã Kayla Mueller e aos cristãos que não desistiram da fé no cativeiro do EI.
Sequestro
Kayla Mueller foi sequestrada junto a outros reféns. O notório Mohammed Emwazias, também conhecido como ‘Jihadi John’, supervisionou sua prisão. Daniel Rye, outro refém que foi libertado desde então, afirmou que Kayla não cedeu aos muçulmanos.
“Quando alguém dizia a ela para se tornar muçulmana, ela respondia: ‘Não, não me converto’. Ela teve a coragem de dizer isso”, disse Rye.
Mueller também sempre foi transparente sobre sua fé nas cartas que escrevia: “Lembro que mamãe sempre me dizia que você só tem Deus. Eu vim para um lugar onde experimento isso, em todos os sentidos da palavra”.
Após sua captura em agosto de 2013, durante uma breve viagem a um hospital no território do EI na Síria, a refém americana foi torturada e mantida presa por Abu Bakr al-Baghdadi.
Ela foi forçada a se “converter” ao Islã e, depois de admitir que não era casada, um alto comandante do EI decidiu encontrar um marido para ela, antes que al-Baghdadi a reivindicasse.
A jovem de 26 anos foi informada de que ela se tornaria uma esposa “vil jihadi” (esposa pela força) e foi mantida presa na casa do vice de al-Baghdadi, Abu Sayaff.
Não houve cerimônia formal de casamento, mas ela foi forçada a usar um véu islâmico, o hijab, cobrindo todo o corpo e teve que passar dias inteiros aprendendo o Alcorão.
Embora ela fosse mantida na casa de Sayyaf, líder-sênior do EI, juntamente com várias outras escravas sexuais, al-Baghdadi visitava rotineiramente o grupo para estuprá-las e abusá-las sexualmente.
Sayyaf foi banido de sequer olhar para a hóspede e al-Baghdadi tinha ciúmes de sua recém-adquirida “noiva”, a jovem refém Kayla Muller.
Os detalhes angustiantes das últimas semanas que Kayla passou viva revelam que ela foi abusada sexualmente e fisicamente antes de ser morta por seus captores depravados ou logo depois em um ataque aéreo da coalizão.
Kayla perdeu a chance de ser resgatada pelas forças especiais dos EUA por apenas um ou dois dias.
O terrorista Sayyaf foi morto em uma operação da Delta Force em seu complexo sírio em junho de 2015, o que resultou em um tesouro de informações sobre o Estado Islâmico.
A revelação sobre os meses finais de Mueller surgiu de uma garota Yazidi chamada Muna, que também foi mantida como escrava sexual por al-Baghdadi e se encontrou com a americana em várias ocasiões.
Mercado de escravas sexuais
Muna, uma jovem de 16 anos, também falou sobre sua experiência nas mãos do líder do EI, descrevendo tortura e estupro sistemáticos.
Ela disse que foi escolhida a dedo de um grupo de 61 meninas em um mercado local de escravas – onde algumas delas tinham apenas 9 anos de idade – antes de serem transportadas de um local para outro por capricho de al-Baghdadi.
A jovem de olhos azuis foi mantida por duas noites sob a guarda de 5 militantes em Raqqa, antes que o líder do EI chegasse junto ao seu genro e guarda-costas Mansour, um curdo de 30 anos.
Ela então passou algum tempo morando com al-Baghdadi e suas três esposas em outros lugares da cidade síria.
“As esposas eram sempre piores que al-Baghdadi. Elas sempre diziam às crianças que elas eram preguiçosas e batiam nelas”, disse Muna ao MailOnline, descrevendo a estrutura familiar disfuncional de al-Baghdadi.
Ela revelou como o líder do EI e sua família gostavam de relógios caros e comiam ‘comida de pronta entrega’ (delivery) em vez de cozinhar ou ir a restaurantes.
Muna conheceu Kayla em uma prisão só para mulheres em Raqqa. A menina yazidi finalmente conseguiu escapar do EI e chegou a uma casa segura, onde foi resgatada por combatentes curdos.
Falando sobre o momento em que soube da morte da funcionária americana, Muna disse: “Fiquei muito triste, mas não acredito que ela tenha sido morta em um ataque aéreo. Eu contarei aos pais dela toda a sua história. Kayla estava sempre dizendo que, se ela fosse libertada, me levaria à sua casa para encontrá-los. Eu direi a eles que ela era uma amiga íntima minha – mais que uma irmã. Eu amava Kayla”.
Reconhecimento a Donald Trump
No domingo (27), os pais de Kayla Mueller disseram que acreditam que sua filha ainda estaria viva se ela tivesse sido levada pelo EI sob a vigilância do presidente Trump, em vez da do presidente Barack Obama.
Os pais de Mueller disseram que sua filha não teria sido morta em 2015 se Obama tivesse sido “tão decisivo quanto” Trump, informou a República do Arizona.
“Eu ainda digo que Kayla deveria estar aqui, e se Obama tivesse sido tão decisivo quanto o presidente Trump, talvez ela tivesse aqui agora. Para mim, o que mais importa, espero que finalmente tenhamos as respostas que pedimos o tempo todo. Eu acho que esse governo realmente pode nos ajudar. Eu acho que eles estão bem pertos em saber o que aconteceu”, disse a mãe de Kayla, Marsha Mueller.
Durante o anúncio da morte de al-Baghdadi, Trump mencionou Kayla Mueller em seu discurso. Seu pai, Carl Mueller, agradeceu ao presidente por mencionar a filha e disse que era “importante” saber que Trump conhecia a história dela.
“Ele conhece a história de Kayla. Ele foi informado e sabe, e isso é importante para mim. Acho que nada o impediria de pegar esse cara”, disse Carl Muller ao jornal República do Arizona.