Uma “casa de terror” foi descoberta pela segunda vez, em uma escola corânica (ensino islâmico) no estado de Katsina, ao norte da Nigéria. Foram encontrados 67 meninos acorrentados e que foram torturados e abusados sexualmente, informou a BBC.
No final de setembro, uma operação policial também revelou práticas terríveis em outra instituição islâmica, no estado vizinho de Kaduna. Cerca de 300 estudantes foram expostos às mesmas práticas ocorridas em Katsina.
O abuso em Katsina foi descoberto durante uma operação policial. O crime foi denunciado por alguns estudantes que conseguiram escapar da escola e relataram em que circunstâncias eles estavam sendo mantidos na escola.
“Várias crianças se revoltaram contra os tratamentos desumanos e conseguiram escapar, enquanto cerca de 60 foram deixadas para trás”, disse o chefe de polícia, Sanusi Buba.
Escola corânica
Segundo Sanusi, a instituição foi fundada há 40 anos pelo muçulmano Bello Mai Almajirai, de 78 anos, que deixou a administração da escola para o filho. Os estudantes vieram de diferentes regiões da Nigéria e foram entregues pelas famílias à escola para aprender o Alcorão, receber tratamento de vício de drogas, entre outras coisas.
A polícia nigeriana informou que o proprietário da instituição e os professores, que conseguiram escapar durante a busca policial, serão rastreados para pagar por suas ações. Enquanto isso, as autoridades estão tentando descobrir a identidade das crianças para que possam ser levadas de volta para suas famílias.
O norte da Nigéria possui um grande número de “instituições educacionais” semi-oficiais, com educação islâmica rigorosa, devido à falta de instituições públicas para jovens vulneráveis.