O jovem egípcio Hussein Mohammed, nascido em um lar islâmico, encontrou sua fé em Jesus Cristo e se tornou um cristão. Após seu batismo, ele preferiu ser chamado pelo nome batismal de George. Em 6 de outubro, George foi assassinado por sua própria família, depois que postou fotos no Facebook e contou o testemunho de sua conversão do islamismo para o cristianismo.
De acordo com a International Christian Concern, sua família já sabia de sua conversão antes do post na rede social, e seu tio também havia apresentado uma queixa sobre sua conversão à Diretoria de Segurança do Egito.
As postagens do Facebook foram um reconhecimento público de sua conversão. Incluída nas fotos da rede social, havia uma foto de uma tatuagem de uma cruz que George havia feito no pulso, uma prática comum entre os cristãos coptas ortodoxos egípcios.
No Egito, onde o Islã é a religião oficial do Estado, os cristãos representam apenas 10% da população. A organização internacional Portas Abertas, que monitora a perseguição sofrida pelos cristãos no mundo, classifica o Egito como o 16º país da Lista Mundial de Perseguição aos Cristãos de 2019.
Perseguição
Embora o presidente egípcio, el-Sisi, tenha manifestado publicamente seu compromisso com a proteção dos cristãos, as autoridades egípcias costumam relutar em defender os direitos fundamentais dos cristãos, por causa da cultura islâmica dominante. Os cristãos egípcios vivem em constante insegurança.
Segundo o Portas Abertas, cerca de 90% da população egípcia é muçulmana e praticamente todos os muçulmanos egípcios são sunitas. Embora o cristianismo tenha raízes profundas no Egito, voltando séculos antes do advento do islamismo no Norte da África, os cristãos são geralmente marginalizados e tratados como cidadãos de segunda classe no Egito moderno.
Os muçulmanos, incluindo a Irmandade Muçulmana, querem tornar o islã o fundamento e o elemento central da identidade egípcia. A sociedade egípcia está sobre forte influência do islã que atrai os jovens e os pobres do país. Por isso, os cristãos egípcios vivem nesse fogo cruzado político, e são constantemente forçados a fazer escolhas difíceis.
A igreja cristã no Egito é de suma importância, uma vez que a presença cristã no país representa a maior população cristã sobrevivente da região. O maior grupo cristão do país são os coptas. Geograficamente, os cristãos residem em todo o país, com maior concentração no Alto Egito e nos subúrbios do Cairo e Alexandria. A igreja está sob constante pressão e os cristãos gozam de direitos e liberdade muito limitados.
Os cristãos no país enfrentam perseguições de várias maneiras, que incluem ataques violentos de militantes muçulmanos dirigidos a cristãos e igrejas; discriminação pela sociedade (islâmica); roubo de terra e desapropriação; repressão e leis discriminatórias impostas pelo Estado; prisões arbitrárias e detenções pela polícia por protegerem a igreja contra ação violenta de multidões. Eles também são acusados falsamente de “blasfêmia” por confessarem Jesus Cristo como Filho de Deus e Salvador dos pecados.
Assim como George foi perseguido e morto, os cristãos ex-muçulmanos têm grandes dificuldades para viver a fé, pois enfrentam uma enorme pressão da família para retornar ao islã e o Estado também torna quase impossível para eles obter algum reconhecimento oficial da conversão.
O Estado Islâmico jurou varrer todos os cristãos do Egito e perpetrou vários ataques no país em 2016, 2017 e 2018, causando a morte de vários cristãos.
Em fevereiro de 2015, um vídeo foi publicado online, mostrando a decapitação de 21 cristãos coptas em uma praia ao longo da costa sul do Mediterrâneo.