Nesta quarta-feira (10), o ex-governador Sérgio Cabral virou réu em mais três processos derivados da Operação Calicute, versão da Operação Lava-Jato no Rio de Janeiro. As denúncias haviam sido oferecidas pelo Ministério Público Federal (MPF) em dezembro e foram aceitas pela juíza substituta Caroline Vieira Figueiredo, da 7ª Vara Federal Criminal.
Os ex-secretários Hudson Braga (Obras), Régis Fichtner (Casa Civil), Wilson Carlos (Governo), os operadores Luiz Carlos Bezerra e Wagner Jordão, o empresário Georges Sadala e os dirigentes da empreiteira Oriente Alex Sardinha e Geraldo André de Miranda Santos também se tornaram réus.
No caso que envolve a Construtora Oriente, Cabral e Hudson Braga são acusados pelo MPF de terem solicitado propina entre 2010 e 2014 em troca de vantagens em obras.
Além disso, o MPF encontrou com Alex Sardinha planilhas com valores das obras. A empreiteira Oriente foi responsável por diversas obras emergenciais em Araruama, Saquarema e Maricá e aplicação de asfalto da Baixada Litorânea, nas quais teriam sido pagas propinas.
As outras duas ações são referentes à Operação C’est Fini, que envolveu o ex-secretário Régis Fichtner e o empresário Georges Sadala. De acordo com as investigações, Sadala realizou ao menos sete pagamentos de propina em espécie ao esquema comandado por Sérgio Cabral. Os repasses realizados entre 2009 a 2015 somaram R$ 1,33 milhão. Já Fichtner é acusado de aceitar propina para “especial atenção para os interesses privados de empresários do setor da saúde, prestação de serviços de alimentação e limpeza, transporte público e construção civil”.