Na Bélgica, cientistas da Universidade de Gent avançam um passo mais perto da cura da AIDS. Atualmente, os pacientes conseguem manter o vírus HIV sob controle. Mas, para uma cura completa, a pequena quantidade de vírus residual que permanece no corpo durante a terapia, também deve ser completamente removida.
Os pesquisadores belgas descobriram que esse vírus residual está escondido em células imunes específicas do corpo. Isso o mantém sob o radar. Segundo os cientistas, quando o paciente para de tomar inibidores da doença, o HIV pode voltar dessas células e causar um renascimento do vírus.
Medicamentos
A descoberta pode levar ao desenvolvimento de medicamentos, com uma maior probabilidade de curar completamente o paciente infectado com o HIV. Os pesquisadores falam de uma “pesquisa inovadora”.
Mais descobertas
Em julho deste ano, cientistas americanos afirmaram ter encontrado a cura para o HIV em alguns ratos. Os pesquisadores disseram que removeram o HIV do DNA dos ratos, uma conquista que os cientistas dizem que poderia ser um passo inicial em direção a uma cura para os seres humanos.
Os experimentos clínicos para o componente de edição de genes da cura poderão ser iniciados já em 2020, se o órgão americano FDA (Food and Drug Administration) os aprovar.
A descoberta aconteceu durante um estudo, de mais de 30 cientistas da Temple University e da University of Nebraska Medical Center, ao combinar um medicamento antiviral com a ferramenta chamada CRISPR, que pode editar genes. Os pesquisadores eliminaram o HIV em 9 dos 23 ratos que foram modificados, para que seu sistema imunológico imitasse melhor o dos humanos.
Kamel Khalili, um dos principais pesquisadores do estudo, enfatizou que há um grande salto científico de resultados promissores em ratos para o sucesso em humanos.
“Sabíamos o que precisávamos fazer, mas a tecnologia não estava disponível. Com a edição de genes, finalmente isto se tornou uma realidade. O resultado foi incrível”, disse Khalili ao Washington Post, dizendo que ele e sua equipe aguardavam uma ferramenta como o CRISPR, para combater um vírus que se torna parte do tecido de nossos cromossomos.
AIDS
Mais de 37 milhões de pessoas ainda estão infectadas com o vírus HIV e quase o mesmo número de pessoas morreram de AIDS, desde que a doença foi descoberta pela primeira vez, em 1981.
No entanto, o HIV não é mais visto como um vírus mortal, mas como uma doença crônica ou um distúrbio, na mesma linha que a diabetes e as doenças cardiovasculares.