Marido e mulher, ambos pastores cristãos em Cuba, estão cumprindo sentenças de prisão por se recusarem a enviar seus filhos para uma escola administrada pelo governo socialista cubano, onde sua filha foi intimidada por ser cristã. O casal praticava o ensino domiciliar, o chamado homeschooling.
A república socialista cubana – que é organizada segundo o modelo marxista-leninista e liderada pelo único partido político oficial do país, o PCC (Partido Comunista Cubano) – proíbe a prática do ensino domiciliar.
Sentenças
O Morning Star News relatou que o pastor Ramón Rigal foi condenado a 2 anos de prisão em abril, por educar seus dois filhos em casa e por liderar uma igreja não-registrada. Ele também foi condenado por “associação ilícita”, uma vez que a Iglesia de Dios (Igreja de Deus) não está registrada no Registro de Associações do Ministério da Justiça.
A esposa de Rigal, Ayda Expósito, cumpre pena de 18 meses em uma prisão feminina, por se recusar a educar seus filhos em escolas administradas por um governo marxista-leninista- a única opção legal em Cuba.
Perseguição marxista
Outro casal, da mesma igreja, também foi preso por manter seus filhos fora das escolas cubanas. Segundo o jornal Morning Stars News, várias outras famílias cristãs também foram presas, por não enviarem seus filhos para estas escolas públicas marxista-leninista e praticarem o homeschooling.
Em abril passado, o Tribunal Municipal Popular de Guantánamo condenou Rigal e Expósito, por violar uma lei de evasão cubana. A pena de violação da lei é de 3 meses a um ano de prisão e uma multa de 100 a 300 pesos cubanos.
Os pastores já haviam cumprido um ano de prisão domiciliar por educação em casa, em 2017. Os filhos do casal estavam completando seus estudos on-line, através de um programa gratuito, oferecido por uma escola cristã particular na Guatemala, conhecida como International Hebron School.
Bullying
O site de notícias da América Latina Evangélico Digital informou que, em junho passado, Ruth e seu irmão estavam felizes com a escola on-line em casa.
“Eles colocaram minha mãe e meu pai na prisão … e não pensaram em nós, que somos menores, que precisamos de minha mãe e meu pai juntos”, disse Ruth.
Em um vídeo recém-lançado postado no YouTube e produzido por uma revista audiovisual cubana chamada ADN, a filha de Rigal-Expósito, Ruth, falou sobre suas lutas constantes na escola pública cubana.
Assita ao vídeo de Ruth, publicado pela ADN.
No vídeo em espanhol, a menina lamenta que sua família esteja dividida. Além de seus pais estarem separados em duas prisões diferentes, seu irmão de 9 anos vive com os avós do lado da mãe, enquanto ela fica com a avó paterna.
“Tudo começou quando eu estava na 4º série; sofri bullying na escola porque era cristã. Fui empurrando com a barriga, então ele [o pai de Ruth] decidiu me tirar da escola. Eles começaram a nos perseguir, a nos ameaçar, dizendo que se não fôssemos à escola, eles nos levariam à casa de filhos sem proteção dos pais, e eles colocariam meus pais na cadeia”, disse Ruth.
Membros da família Rigal-Expósito afirmaram que o bullying contra as crianças surgiu de um histórico comunista do governo cubano, que promove o desprezo pelos cristãos.