Nesta terça-feira, o Ministério da Mulher, o corpo de Bombeiros de Brasília e alguns servidores da Câmara receberam o menino Artur, de 2 anos de idade, com uma linda festa. Artur é o menino que foi rejeitado em uma festa aniversário por ser autista.
“Veja quem chegou! O menino Artur! É aquele lindo menino que tem autismo e não foi convidado para uma festinha de aniversário por “ser problemático”, escreveu a ministra Damares no Twitter.
“Vem Artur. Sua festinha tá pronta”, disse Damares no Twitter.
“Hoje os servidores do Ministério da Mulher, com alguns servidores da Câmara, o recebem numa linda festinha. #chegadepreconceito”, completou Damares.
Assista abaixo ao vídeo postado no Twitter pela Ministra Damares Alves, da recepção do menino Artur em Brasília.
https://www.youtube.com/watch?v=n7IuFn80M5k
Pequeno Artur
No início de agosto, o pequeno Artur e sua mãe, Sara Onori, viraram assunto em todo o Brasil por conta de uma surpresa desagradável; uma mulher “desconvidou” o pequeno garoto de uma festa por ele ser autista.
Em uma mensagem no WhatsApp, a mulher disse que não iria convidar o menino para uma festa porque as outras crianças ficariam “incomodadas”.
Resposta
Depois da desagradável mensagem recebida, Sara não teve como dar alguma resposta na hora, porque ficou “sem chão”.
“Quando decidi te responder, vi que, infelizmente, me bloqueou em todas as redes sociais, mas eu sei que mesmo assim está cuidando de minhas postagens o tempo todo”, escreveu Sara no Facebook.
Em seguida, Sara desabafou sobre a situação.
“XXXX, eu agradeço sua mensagem. Meu filho não gostaria de ir na festinha do XXXX, e eu também ficaria muito incomodada caso ele fosse convidado. Meu filho não é ‘problemático’. Ele é autista e é muito feliz e abençoado. Extremamente protegido pelo seu anjo da guarda, que acaba de mostrar um livramento. É que eu e minha família temos um alicerce principiológico, onde o respeito impera, ensinamos a respeitar o próximo. Queremos que ele, no futuro, possa conviver em uma sociedade mais justa, onde na arena da vida não só apenas os ‘perfeitamente normais’ sejam vencedores.
A deficiência do meu filho não o torna inferior ao seu filho ou demais crianças, mas isso é algo que não posso cobrar de você um entendimento. Nem todas as pessoas são normais, algumas não possuem sequer capacidade para entender. Eu sou mãe de um autista, mas bastante forte para enfrentar esse tipo de situação. Procuro tornar meu fardo mais leve, estar ao lado de pessoas boas e queridas, que praticam o bem e nos fazem o bem. Eu, minha família e meu filho afastamos de pessoas cruéis, medíocres, imbecis e inúteis.
Infelizmente, o ser humano, no decorrer de sua trajetória, vai absorvendo o que há de bom e ruim ao seu redor. E prometo que vou rezar pelo futuro do seu filho. Afinal, a criança é fruto do meio em que vive. A nossa sociedade está mudando, e ela não tolera mais esse tipo de preconceito e discriminação. Temos uma legislação forte sobre o tema e, hoje, há justiça para o meu filho lutar na arena da vida de forma igualitária e justa.
Comentários, brincadeirinhas e simples mensagens, como a que você me enviou, são pautas corriqueiras em convenções internacionais de direitos humanos. E, graças a Deus, nosso país tem avançado bastante na legislação e nas penas conforme o artigo 88 da Lei 13.146/2015. Se cada pai de autista denunciar esse tipo de situação, em breve, teremos uma sociedade melhor, com mais respeito, pois na arena todos podem combater e vencer! Beijos.”
Festa surpresa
No entanto, cerca de duas semanas depois, uma nova surpresa trouxe alegria à família que vive em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.
Após Artur ser chamado de “problemático”, voluntários de todo o Brasil se mobilizaram e organizaram uma festinha para o menino. Sua mãe conta que a iniciativa partiu do Aldeia Materna, um grupo de mães que se sensibilizou com o caso do menino.
O evento ocorreu em 14 de agosto, em um salão de festas de sua cidade. O tema da festa foi inspirado no personagem Mickey, da Disney.
A mãe de Artur, Sara, soube da festinha do filho poucos dias antes da grande surpresa. O ambiente foi tão acolhedor que Sara e o filho conseguiram ficar na festa por mais tempo do que de costume.
“A gente vai em festa e geralmente fica no máximo 1 hora. A energia estava tão boa que ficamos quase a festa inteira, chegamos por volta das 17h e saímos quase meia-noite”, relatou ao site de notícias BHAZ.
Conscientização
Sara informou que não tinha intenção de se expor a mulher ao divulgar a mensagem em que o filho foi “desconvidado” de uma festa. Segundo a mãe de Artur, a ideia era apenas expor a situação para que casos semelhantes não acontecessem novamente.
A mãe contou que o pequeno Artur se divertiu bastante em sua festinha surpresa. E hoje, a festa continuará no Ministério da Mulher.