Nesta segunda-feira (12), durante um evento em Pelotas (RS), o presidente Jair Bolsonaro comentou a derrota do presidente argentino Mauricio Macri nas eleições primárias da Argentina. Bolsonaro disse que “a volta de Cristina Kirchner” colocará “a Argentina no caminho da Venezuela” e que não quer “irmãos argentinos fugindo para cá”.
Neste domingo (11), argentinos foram às urnas para as eleições primárias, que definem oficialmente quem serão os candidatos de cada partido e servem como uma espécie de pesquisa eleitoral.
Com 99,37% das urnas apuradas, Alberto Fernández, que montou chapa com a ex-presidente Cristina Kirchner como vice, teve 47,66% dos votos. Macri, candidato de direita à reeleição e que tem o apoio declarado de Bolsonaro, recebeu 32,08% dos votos.
“Povo gaúcho, se essa esquerdalha voltar aqui na Argentina, nós poderemos ter, sim, no Rio Grande do Sul, um novo estado de Roraima. E não queremos isso: irmão argentinos fugindo pra cá, tendo em vista o que de ruim parece que deve se concretizar por lá caso essas eleições realizadas ontem se confirmem agora no mês de outubro”, disse Bolsonaro.
Roraima, que faz fronteira com a Venezuela, tem recebido milhares de venezuelanos que tem fugido da crise econômica, política e social que afeta o país na ditadura de Nicolás Maduro.
“Não se esqueçam que aqui mais ao Sul, na Argentina, o que aconteceu nas eleições de ontem. O que aconteceu nas eleições de ontem…. A turma da Cristina Kirchner, que é a mesma da Dilma Rousseff, que é a mesma de [Nicolás] Maduro e [Hugo] Chávez, e Fidel Castro, deram sinal de vida aqui.”
Durante uma entrevista coletiva após a cerimônia em Pelotas, o presidente Jair Bolsonaro foi questionado por jornalista sobre o cenário político argentino.
“O que eu quis dizer com isso daí? Você [repórter que fez pergunta] deve saber o que está acontecendo com Roraima: tá recebendo um aporte muito grande de refugiados que tão fugindo da ditadura e da fome. Por quê? Dado o socialismo que deu certo com Chávez e com Maduro. A volta da Cristina Kirchner ali [na Argentina], no meu entendimento, é que estará a Argentina no caminho da Venezuela. E nós não queremos nossos irmãos argentinos fugindo pra cá”.