O documentário “Democracia em vertigem”, que trata da condução do processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, do PT, voltou a foco do debate, porém com uma polêmica: uma das fotos exibida no filme foi alterada.
Trata-se de duas armas registradas ao lado dos corpos dos militantes Pedro Ventura Felipe de Araújo Pomar e Ângelo Arroyo, dirigentes do Partido Comunista do Brasil, mortos em 16 de Dezembro de 1976, no período do regime militar: elas “desapareceram” da foto original. Na imagem que aparece no longa, estão ausentes um revólver Taurus, calibre 38, e uma carabina Winchester, calibre 44.
Petra Costa, diretora do documentário, em nota divulgada por sua assessoria, disse: “As armas foram removidas da imagem e há uma razão para isso. Eu esperava que alguém do público notasse. Como afirmei no documentário, Pedro era o mentor político da minha mãe, e foi amplamente reconhecido que a polícia plantou armas ao redor dos corpos dos ativistas assassinados, como uma desculpa para seus assassinatos brutais”.
A cineasta considerou o ato como uma “homenagem” a Pomar, já que retrataria uma imagem “mais provável à verdade”. Segundo ela, a Comissão Nacional da Verdade levantou provas de que as armas teriam sido plantadas pela polícia no episódio que ficou conhecido como “Chacina da Lapa”.