Imagem: Reprodução
Ao meio dia desta quarta-feira (27) estava eu num restaurante, e de passagem pude ver alguns trechos do Jornal Hoje, da Rede Globo. Lá pelas tantas, o jornal passou a exibir uma matéria, na qual falava do indulto humanitário concedido ao ex-presidente peruano Alberto Fujimori. Qualquer um que tenha assistido à reportagem, pôde concluir uma clara condenação ao ex-presidente.
Bom, que a Rede Globo possui uma propensão incoercível de tecer ferozes críticas a governos ditos “de direita”, colando-os um perfil fascista, a ninguém isso é novidade. Contudo neste artigo não viso defender ou condenar reputações de governantes ou ex-governantes. Viso tão somente descrever a conduta de uma emissora, concluída após a análise da linha das ações desta.
Pois bem, o que pretende a Rede Globo ao atacar Fujimori? Promover a democracia? Os direitos humanos? Denunciar o perfil de facínoras ditadores como fora Hitler? De forma alguma. Visa a boa e velha autopromoção, embarcando em sucessivas ondas de momento.
Por exemplo, se Alberto Fujimori tivesse hoje o poder que tivera enquanto presidente do Peru, somado ao poder de propaganda que possuíra a KGB e possui hoje a FSB, e somado ao poder bélico-militar que possuem Estados Unidos e Rússia, a Rede Globo jamais faria com ele o que está fazendo agora. Mas já que Fujimori já não tem mais poder nenhum, já que tornou-se um “zé ninguém”, já que está senil e quase morrendo no hospital, é uma ótima oportunidade para a emissora sentar a púa em cima do ex-presidente peruano e, com isso, reforçar, além da posição da decadente esquerda, a sua própria.
É a mesma lógica da condenação do genocida alemão Hitler. Por que hoje atacam tanto o nazismo? Precisamente porque a ditadura assassina alemã não existe mais e nem tem como existir mais. Então veem nisso uma ótima oportunidade para metralhar um presunto já em decomposição e saírem como heróis. Em si mesmo, o ato de condenar um regime flagrantemente assassino e anti-natural não pode ser visto como reprovável. Contudo por que o fazem ainda? Qual a necessidade? A necessidade é a mesma que se observa no caso de Alberto Fujimori.
A Rede Globo se promove agredindo vilões enterrados a sete palmos para baixo da terra. Enquanto estes mesmos inimigos estão vigorosos, fortes, a Rede Globo nada faz, e em grande parte das oportunidades até mesmo se apressa a puxar o saco. Como, aliás, fizeram no caso do regime militar. Ou acham que a Rede Globo reclamava muito na época em que os militares tinham plenos poderes, na época do DOI-CODI? Faziam é passar a mão na cabeça, para ver se vinha verba do governo. Agora que o regime militar não existe, a Rede Globo faz o que? Ah, agora pode tratorar à vontade. E por que? Porque agora ficou elegante, a Lei Rouanet solta dinheiro, tem financiamento nacional e internacional. Aí é fácil — e até bonito — criticar. Pergunta: Que moral possui a Rede Globo para criticar Fujimori, seja este bandido ou inocente? Resposta: Nenhuma.
Os casos de puxa-saquismo e falso-heroísmo da Rede Globo são inumeráveis. Poderia facilmente citar outros episódios desta emissora, como o da Dona Dilma, ou o do Senhor Lula, ou o do Senhor Aécio Neves. Contudo não vejo necessidade disto, pois além de não querer me delongar, a citação destes casos seria apenas a repetição da mensagem que eu queria passar e já passei. A mensagem se trata, em suma: A Rede Globo vai na onda do momento, para conseguir dinheiro e publicidade. Jamais se propõe a exercer a verdadeira democracia, que é a disputa entre os diversos veículos de mídia.
Por Lucas Nicodem