Uma reportagem publicada pela revista Veja – neste último fim de semana – revelou o que seriam ameaças ao presidente Jair Bolsonaro, sua família e dois ministros de seu governo. Segundo a revista, jornalistas conversaram com um dos líderes do grupo terrorista Sociedade Secreta Silvestre (SSS), que seria uma ramificação dos Individualistas que Tendem ao Selvagem (ITS). O grupo se apresenta como uma organização internacional ecoextremista que é investigada por ataques a políticos e empresários em todo o mundo.
De acordo com a Veja, eles conversaram com uma pessoa que se apresentou como Anhangá. O membro da SSS afirmou que o plano para matar Bolsonaro começou a ser elaborado no dia de sua eleição e seria executado no dia da posse presidencial. No entanto, o forte esquema de segurança coibiu a ação.
– Vistoriamos a área antes. Mas ainda estava imprevisível. Não tínhamos certeza de como funcionaria – disse o terrorista.
Antes disso, o mesmo grupo assumiu responsabilidade por colocar uma bomba em frente a uma igreja católica que fica a 50 quilômetros do Palácio do Planalto. Uma falha do detonador impediu que o artefato explodisse. Neste mesmo dia, a SSS publicou um vídeo reivindicando o ataque e dando detalhes sobre a construção da bomba.
Ainda nesta publicação, o grupo revelou que o próximo alvo seria o presidente Jair Bolsonaro. Por causa desta ameaça, a equipe de segurança sugeriu que Bolsonaro não desfilasse em carro aberto, recomendação que não foi seguida pelo presidente.
– Facilmente poderíamos nos misturar e executar este ataque, mas o risco era enorme (…) então seria suicida. Não queríamos isso. A finalidade máxima seriam disparos contra Bolsonaro ou sua família, seus filhos, sua esposa – afirmou Anhangá.
Sobre os possíveis motivos para planejar um ataque a Bolsonaro, o terrorista afirma que são “óbvios”.
– Como ele é um estúpido populista às vezes falha com sua segurança e sai aqui em Brasília aleatoriamente sem uma proteção adequada. Ou em outros lugares como no Rio de Janeiro. As motivações carecem de justificativas porque são óbvias. Bolsonaro e sua administração têm declarado guerra ao meio ambiente, a Amazônia especialmente, têm feito de órgãos que teoricamente deveriam proteger a natureza catapultas para negócios danosos, facilitadores de exploração mineira, madeireira, caças, agropecuária, etc – afirmou.
Já em abril deste ano, dois carros do Ibama foram incendiados na frente de um posto do órgão em Brasília. Evidências como palitos de fósforo, pedaços de fita adesiva e vestígios de algum líquido inflamável foram encontrados. Os criminosos deixaram pichações com ameaças ao ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.
– Salles é um cínico, e não descansará em paz, quando menos esperar, mesmo que saia do ministério que ocupa, a vez dele chegará. (…) É um lobo cuidando de um galinheiro – disse o terrorista.
As ameças também foram direcionadas á ministra dos Direitos Humanos, Damares Alves.
A Polícia Federal também interceptou um plano para assassinar um ministro do Supremo Tribunal, que não teve sua identidade revelada por motivos de segurança. De acordo com as informações obtidas pela Veja, os terroristas pretendiam cerca o carro do ministro quando ele saísse do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, e metralhar o veículo.
ECOTERRORISTAS
A organização internacional do ITS é composta por militantes extremistas que são contra todos aqueles que de alguma forma prejudicam e devastam o meio ambiente. Desta forma, lançam mão da violência e da agressividade para combater aqueles a quem chamam de inimigos da natureza. Por causa disso, são denominados ecoterroristas.
Em 2018, o ITS-Chile reivindicou a autoria de uma carta-bomba enviada a um empresário. No anterior, eles fizeram o mesmo com o presidente de uma mineradora.
Já no México, a célula terrorista foi responsável por uma série de atentados a bomba em universidades. Um dos ataques, em 2016, resultou na morte de um pesquisador.
Um igreja ortodoxa em Atenas, na Grécia, também foi alvo de uma bomba implantada pelo grupo.
JAIR BOLSONARO CONFIRMA AS AMEAÇAS
Na manhã desta sexta-feira (19), o presidente Jair Bolsonaro confirmou que está ciente das ameaças e que o Gabinete de Segurança Institucional já tinha conhecimento sobre os planos da SSS.
– Eu li [a reportagem da Veja] e encaminhei. O GSI já tinha conhecimento. O risco de atentado a mim ou a qualquer líder mundial sempre vai existir – afirmou.
Com informações, Pleno News
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