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Marco Feliciano nasceu em 12 de outubro de 1972 em Orlândia, interior de São Paulo. Em seu site, ele se diz “conferencista internacional, pastor, cantor e empresário” e afirma que “teve uma infância humilde e desde muito pequeno precisou trabalhar como vendedor de picolé para ajudar na manutenção da casa”.
Segundo sua assessoria, o deputado se formou em Teologia pela Faculdade de Educação Teológica Lógos (Faetel), em São Paulo, e pela Faculdade de Teologia de Boa Vista (RR) e é doutor em Divinidade/Artes da Teologia pelo International Seminary Hosanna and Bible School, de Pompano Beach, Estados Unidos.
O deputado federal é considerado um dos parlamentares com maior influência no segmento evangélico, tendo sido o terceiro mais votado em São Paulo, com quase 400 mil votos.
Com uma postura firme em relação a temas considerados polêmicos, como o casamento gay, adoção de crianças por pessoas do mesmo sexo, a legalização das drogas e a liberação do aborto, Feliciano conquistou a admiração do eleitorado conservador no Brasil.
Nesta quarta-feira (27/12), o parlamentar concedeu uma entrevista exclusiva ao Conexão Política.
Feliciano se defendeu das acusações de ter ‘se vendido’ para votar favorável ao presidente Michel Temer. Sobre a saída do PSC, afirma que deseja trilhar novos rumos. Leia a entrevista na íntegra!
CP: Até onde vai o pastor e onde começa o deputado?
FELICIANO: Pastor é vocação. Deputado profissão. Levo ao parlamento os princípios do pastor. Já quando vou aos púlpitos deixo o deputado em stand-by a não ser quando solicitado a falar sobre questões de cidadania.
CP: Como pastor, qual a sua visão sobre a pena de morte? E, como deputado, essa visão muda?
FELICIANO: A vida é um dom divino ao pastor e uma cláusula pétrea na constituição federal ao Deputado, portanto ambos são contra a pena de morte.
CP: Como o senhor lida com o fato de ter votado favorável a Temer mesmo a opinião pública sendo contrário a isso?
FELICIANO: Aí está a diferença entre um político e um estadista. O primeiro sacrifica o futuro pelo populismo do momento enquanto o segundo sacrifica o momento pelo futuro. Não votei por Temer, votei pelo Brasil.
CP: Qual é a sua opinião sobre o casamento gay no civil?
FELICIANO: Como pastor, em respeito aos princípios cristãos bíblicos, sou contra a união civil. Como deputado, guardião da constituição federal, sou contra pois ele fere o artigo 210 parágrafo 3º, que afirma que a união civil será entre um homem e uma Mulher.
CP: Qual o motivo principal de sua saída do PSC? E qual foi seu posicionamento quando o presidente do partido foi citado por corrupção?
FELICIANO: Minha saída do PSC foi por entender que terminei um ciclo. Busco outros voos. Meu posicionamento foi de pedir esclarecimento ao presidente do partido que negou as acusações veementemente.
CP: Qual sua opinião sobre a federação de estados? O senhor apoia que cada estado tenha sua própria constituição?
FELICIANO: Apóio, afinal democracias mais maduras do que a nossa adotaram tal regime e caminham em plenitude respeitando o bairrismo, a cultura local, etc.
CP: Existe um debate sobre a volta da monarquia no Brasil. Qual sua opinião?
FELICIANO: Utopia.
CP: Por qual razão o sr. votou contra a cassação de Eduardo Cunha?
FELICIANO: Não posso ser injusto em qualquer julgamento em que precisar me posicionar. Naquele momento a cassação se dava por ele supostamente ter mentido a uma CPI sobre não ter contas no exterior. O relator não provou a existência de tais contas. Eu não daria ao PT a vingança que queriam, afinal Cunha derrubou Dilma e abriu a falência do PT. Lembrando que as questões sobre corrupção que levaram a sua prisão foram posteriores.
CP: As redes sociais no Brasil estão sendo comandadas por ideologias à esquerda, e muitos perfis estão sendo censurados sem a menor violação real às políticas de regras. Você visa algum projeto a respeito? O que você tem a dizer sobre o assunto?
FELICIANO: Já votei o Marco Civil da Internet, o que falta é um aprimoramento nas leis sobre internet, todavia sei da dificuldade pois a internet é um universo à parte, e regra-la ou fiscalizá-la é tarefa quase impossível. Então a melhor maneira de combater o ativismo é pela denúncia.
CP: Qual o papel dos líderes religiosos no contexto político e social atual? Na sua opinião, eles devem exercer sua influência para ajudar na mobilização contra certos temas?
FELICIANO: Todo cristão deve exercer sua cidadania plenamente e apagar o preconceito sobre “cristão não se envolve em política”.
CP: Qual é a sua opinião sobre a volta do ensino religioso nas escolas?
FELICIANO: O ensino religioso nunca saiu dos currículos escolares, ele era apenas facultativo, ou seja, de livre escolha ao aluno. O debate foi saudável e a permanência dele nas grades curriculares é importante, mas precisamos observar o que será feito daqui pra frente. Acredito que irão relativizar o ensino religioso e isso é perigoso.
CP: “Ruim com temer, pior sem ele” existem circunstâncias para tolerar a corrupção ?
FELICIANO: Tolerância zero para corrupção. A questão presidencial é diferente. A queda dele poderia nos levar literalmente a bancarrota e a um estado de caos podendo chegar a 23 milhões de desempregados até fevereiro. A permanência dele trouxe estabilidade e em 2019 ele cairá nas mãos de Mouro, nosso grande herói.
CP: Você continuaria sendo deputado se recebesse o que a grande maioria dos brasileiros ganha por mês – um salário mínimo?
FELICIANO: Não estou na política por dinheiro, por isso não encontraram meu nome em listas de corrupção. Estou na política por ordenança divina. Se assim não fosse já teria sido arrancado dela, o Brasil todo acompanha minha luta. Os adversários políticos não compreendem o que acontece comigo. Os espirituais sabem!
CP: Em uma possível nova assembléia constituinte, o senhor teria vontade de participar?
FELICIANO: Não há necessidade de uma nova constituinte, mas se houvesse não abriria mão de dela participar, para salvaguardar direitos da liberdade religiosa, liberdade de expressão e dos bons costumes da nação. Para isso é claro, precisaria da anuência dos meus eleitores.
CP: Qual sua opinião sobre a CLT?
FELICIANO: A reforma trabalhista já trouxe um novo fôlego, provando que nossa CLT mais atrapalha do que ajuda. É preciso mais mudanças.
CP: Qual a sua ligação com o MBL? O que acha do posicionamento deles referente ao governo Temer ser tão diferente ao governo Dilma.
FELICIANO: Sobre o MBL respondo com uma frase: MAIS SÃO AS COISAS QUE NOS UNEM DO QUE AS QUE NOS SEPARAM.
CP: O parlamentarismo tem voz no Brasil?
FELICIANO: Tem defensores, mas não há apoio da maioria, portanto fica apenas no imaginário.
CP: Qual papel do jovem cristão na política?
FELICIANO: Primeiro se politizar. Segundo se engajar.
CP: O senhor aceitaria o desafio de disputar uma provável prefeitura em alguma capital brasileira?
FELICIANO: Estou pronto para servir meu país, meu estado, meus eleitores onde acharem que eu possa ser útil.
E pra finalizar, complete a frase…
Bolsonaro é… — um Titan.
Lula é… — um boçal.
A globo é… — um lixo.