O Brasil cansa.
Para que servem as instituições se não forem um meio de satisfação das necessidades da sociedade civilizada?
Vimos o Estadão (ainda podemos chamá-lo assim?) criar uma “lista negra” de conservadores, como se isso fosse algum crime. Algum tempo depois foi o veículo que, como o primeiro, um dia já confiamos, que criou um GPS ideológico, com exposição de dados de cidadãos que tiveram sua privacidade invadida, expondo-os aos criminosos que podem atentar contra suas integridades físicas. Ação coordenada? Teoria da conspiração? São tantas coincidências que envolvem a Esquerda, não é mesmo?
O Judiciário deveria servir para manter a sociedade livre daqueles que não se adequam à vida em comunidade. O Legislativo, na elaboração das leis e aprovação de projetos que nos direcionassem rumo ao desenvolvimento em todos os sentidos. O Executivo na administração das propostas que melhorassem a qualidade de vida do povo que representa.
É triste acordarmos todos os dias com a certeza de que teremos que contra atacar nossas próprias instituições protestando contra aqueles a quem outorgamos poderes para nos representarem. Deveriam defender nossos valores e buscar caminhos para nossa transformação em um povo digno, mas não passam nem perto disso.
Nossas instituições deveriam estar unidas contra o crime organizado, mas infelizmente testemunhamos, diariamente, que ele se infiltrou nos três poderes e usam as próprias leis e normas contra aqueles a quem deveriam representar, em benefício próprio ou de suas verdadeiras organizações criminosas, algumas em forma de partido.
A que ponto de destruição que deixamos a Esquerda levar o país!
Vimos o Presidente da mais alta corte do Brasil conceder a liberdade a um criminoso que já demonstrou ser extremamente perigoso (que mentiu sua identidade para a própria esposa), contrariando decisão anterior da própria corte a qual pertence. Também o vimos abrir um inquérito ilegal sobre investigação de parlamentares, que pediram seu impeachment e de seus companheiros, além de pessoas que criticaram o STF nas redes sociais. E ninguém faz nada além de bravatas em redes sociais, como se fosse um fato natural, uma discussão sobre se foi pênalti ou não, se a moça loira é mais bonita que a morena, etc.
E não são casos isolados, são recorrentes, como quando testemunhamos dois presidentes de dois poderes diferentes fatiarem ilegalmente o impeachment de Dilma Roussef, rasgando a Constituição Federal. Até hoje nenhuma providência foi tomada em direção à correção do erro (ela concorreu nas últimas eleições) quiçá numa punição dos envolvidos. O país tem dono? As leis de nada valem?
Quando eu citava fatos como esse aos meus amigos americanos, quando lá morei por um ano, a pergunta era sempre a mesma: “e vocês, não fazem nada?” Dava vontade de responder: fazemos sim, subimos diversas vezes hashtags no Twitter e derrotamos os MAVs (*) esquerdistas, mas sentia vergonha ao refletir sobre nossas reações e me calava.
E o escárnio com o povo é tão grande que ainda somos obrigados a pagar os gastos da ex-Presidente (o desejo é de usar uma qualificação menos nobre, mas vou me controlar) em seu passeio pela Europa, onde comete crime de lesa-pátria, denegrindo a imagem do país. Enquanto Bolsonaro é convocado num prazo de 5 dias para prestar esclarecimento acerca do decreto sobre armas (que é prerrogativa do Presidente da República), não vimos até agora a convocação de Dilma Roussef para prestar esclarecimentos sobre seus crimes explícitos… Mas o que são as leis senão apenas um detalhe quando quem as desrespeita é um esquerdista, não é mesmo?
Alimentando essa narrativa vemos um ex-deputado e ex-BBB difundindo uma história digna de ficção de banca de jornal de terceira categoria, primeiro pela Europa, agora nos EUA. Curiosamente não vão para Venezuela ou Cuba… E sequer é também chamado a prestar esclarecimentos no STF.
Por que será que não respondem na Justiça por crime de traição? Por que o PT, até o momento não foi extinto, sendo que, desde 1990, há fundamento legal, por seu envolvimento com o Fôro de São Paulo, para tal?
Em contrapartida, humorista não pode contar piada que é condenado… E por incrível que pareça até o ex-Ministro Velez foi obrigado a dar explicações ao TSE por ter dito a verdade sobre brasileiros e aeroportos!
E há também o caso de Adélio Bispo que até hoje não sabemos (na verdade não conseguimos levantar as provas) a quem respondia, devido à proteção dada a ele pela… Justiça!
O Direito não deveria usar o bom senso do discernimento para determinar se um ato é crime ou não, baseado na intenção do réu?
“Se o passado nos ensina algo, é que os problemas não desaparecem se os ignorarmos.”
(Sérgio Moro)
Outra estratégia usada são os subterfúgios baseados em legalismos. Quem não se lembra do caso da fila de CPIs de madrugada, na ALESP em manobra contra a CPI do Paulo Preto? Ou da retirada do COAF do Ministério da Justiça? Ou dos ataques ao pacote anticrime do Ministro Sérgio Moro? Isso sem falar das baixarias contra Paulo Guedes que beiram o surrealismo…
Os motivos disso, Paulinho da Força sabe explicar muito bem.
Para resolver o problema de nossa mais alta corte, dependemos unica e exclusivamente do Senado Federal, que infelizmente, para nossa decepção, através de seu presidente eleito já mostrou a que veio e não colocará em pauta os inúmeros pedidos de impeachment engavetados há anos naquela casa. Por que não pressionamos os senadores de forma que eles cobrem Davi Alcolumbre para que cumpra com sua obrigação?
O Congresso é eleito para representar o povo e não seus interesses particulares! O povo, há muitos anos anseia por uma nova formação do STF pois não admite mais tanto desrespeito originado naqueles que deveriam ser os arautos da nossa carta magna.
Enquanto isso, ficamos nós com bravatas atrás de bravatas mudando nossos alvos, hora um Ministro, hora outro, numa a sensação de assistirmos a um balé sincronizado de revezamento para que não se desgaste somente um. Passada a onda, somos novamente surpreendidos com decisões que saltam os olhos pela falta de pudor em proteger criminosos.
O Brasil tem nos levado à exaustão e sabe por que? Você lembra daquele(a) candidato(a) que foi escolhido porque tinha um discurso ou rosto bonitinho? Você lembra quando tinha preguiça de se informar sobre política porque alguém disse que “política e religião não se discutem”? Então…
E nem a opção “um cabo e um soldado”, percebemos agora, é uma viável. Diante dos últimos fatos que o faro praticamente infalível do Prof. Olavo de Carvalho detectou, mostrando que continua tendo razão (seu índice de acertos é impressionante), notamos que nem na instituição que deveria ser motivo de orgulho para nós, podemos confiar. Até ela está repleta de positivistas, que cometem “deslizes” de ingerência ao intervir num Ministério fora de sua alçada para liberar verba para sindicato esquerdista, ou seja, parte do establishment que construiu essa rede de corrupção que temos no país. Intromissão essa que também ocorre no MEC… Enquanto isso, os honestos sofrem.
Temos uma Esquerda cínica que usa de artifícios ditatoriais, enquanto paralelamente acusam Bolsonaro de fazê-lo. Cometem crimes explícitos, mas são tão maquiavélicos que, caso ele tome as medidas cabíveis, constitucionais, daria força ao argumento falacioso do qual o acusam.
A sensação que temos é que no Brasil, se você não faz parte do establishment, não pode contar piada nem falar a verdade, mas se o for, pode rasgar a Constituição, desrespeitar as leis, tentar matar um candidato a Presidente (desde que seja de Direita), que os amigos encontrarão um meio de livrar você através de alguma brecha interpretativa ou simplesmente ignorando as leis que regem nossa sociedade.
O que fazer? Não podemos “toda semana” ir para as ruas, temos família, precisamos descansar da labuta diária, ter nossos momentos de lazer, etc. É preciso tomar uma medida definitiva. Não é mais possível conviver com essa formação do STF e com esses chantagistas que se reproduzem no Congresso Nacional como gremlins.
Enfim, fica a dúvida: somos um país ou um galinheiro? Que leis ainda temos de respeitar no Brasil? O Brasil ainda existe?
Uma solução paliativa que passarei a defender é o Recall Anual de Políticos, tema que abordo no volume 1 da minha série de livros, a ser lançada em formato eBook, na Amazon. O fato concreto é que os políticos não se importam com a opinião pública porque sabem que o tempo até as próximas eleições é longo e a memória é curta.
Porém para aprovar um dispositivo como esse seria preciso uma Emenda Constitucional (votos de 3/5 dos deputados, em duas votações, e depois 3/5 dos senadores, também em duas votações).
Devemos focar nossos esforços pela implantação do Recall Anual de Políticos, caso contrário nos limitaremos a essa briga adolescente de levantar hashtag para “vencer” a Esquerda, quando na prática é uma vitória ilusória, onde os resultados reais vão para eles. Hashtags são condições necessárias, mas não suficientes para as mudanças.
Será preciso desenhar?
#RecallAnualPolíticosJá