Em Kibbutz Hatzor, no sul de Israel, vive um dos artistas mais excêntricos e ‘mente aberta’ do país, um sobrevivente do Holocausto chamado Dov Or Ner.
O artista de 92 anos gosta de se vestir como Hitler como uma forma de auto-terapia. Isso não acontece todos os dias e ele não tem uma explicação concreta de por que ele faz isso. Mas ele diz que lhe dá paz e calma, e ajuda-o a curar as feridas da sua trágica infância.
“Eu não faço arte para influenciar as pessoas e dizer-lhes o que fazer, acredito que cada artista deve refletir no período de tempo em que viveram. Eu acho que isso é muito importante”, em declaração ao site i24 News.
Os pais de Dov Or Ner eram imigrantes poloneses na França e, quando ele tinha 8 anos, seus pais foram deportados para Auschwitz, onde foram assassinados.
“Nós dissemos adeus em circunstâncias muito difíceis”, disse ele. “Tenho certeza de que, se tivessem vivido, eu teria feito a elas todas as perguntas que nunca tive tempo de fazer sobre eles e sobre suas vidas, mal sei sobre eles.”
A fama nunca foi o objetivo de Dov Or Ner, e ao longo das décadas o artista apareceu e desapareceu do cenário artístico. Sua arte nunca foi um sucesso comercial, e poucas pessoas ousariam pendurar suas obras de cenas tão desagradáveis como câmaras de gás e cadáveres em suas salas de estar.
O psiquiatra icônico e sobrevivente do Holocausto, Victor Frankl, disse que “uma reação anormal a uma situação anormal é um comportamento normal”, e talvez isso possa ajudar a entender a psiquê de Dov Or Ner e sua arte nada convencional.
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