O juiz Jaime Travassos Sarinho aceitou a denúncia do MPF e transformou Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), ex-assessor de Michel Temer, em réu no caso da mala de R$ 500 mil entregue pelo executivo da JBS, Ricardo Saud. O ex-assessor de Temer vai responder ao processo penal por corrupção passiva na 10ª Vara Federal em Brasília. De acordo com a investigação, Rocha Loures seria um intermediário entre o presidente e o empresário Joesley Batista. O pagamento era parte de R$ 38 milhões que Batista teria prometido para que o grupo político do presidente atuasse em assuntos de interesse da JBS no Cade – Conselho Administrativo de Defesa Econômica.
A denúncia é a mesma apresentada contra o presidente Michel Temer e que teve o prosseguimento barrado pela Câmara dos Deputados. Após a decisão dos deputados, o relator do inquérito no STF, Edson Fachin, enviou para a primeira instância a parte da acusação formal que trata de Loures.
No entendimento do juiz Sarinho, verifica-se que “há substrato probatório mínimo que sustenta a inicial acusatória, existindo, portanto, justa causa para a deflagração da ação penal”.
O juiz Sarinho afirmou que os relatos da acusação estão “materializados” nos relatórios policiais, áudios, vídeos, fotos e diversos documentos colhidos na investigação feita pela Polícia Federal e PGR. O magistrado elencou doze documentos que, em tese, materializam a acusação contra Rocha Loures.
“Concluo que a peça acusatória cumpre os requisitos formais, descreve fatos que, em tese, são criminosos e está amparada em elementos de convicção que, em exame preliminar, confortam as circunstâncias de fato e de direito nela relatadas”, apontou o juiz em seu despacho.