Durante o anual Congresso Nacional do Povo, a Federação da Juventude, que está ligada ao Partido Comunista, fez uma proposta para excluir menores dos aplicativos de transmissão ao vivo.
De acordo com o site chinês Weibo, estes aplicativos são extremamente populares na China. No ano passado, havia 425 milhões de chineses ativos em várias plataformas de transmissão ao vivo; e quase metade destes, eram menores de idade.
Crianças e adolescentes “vloggers”, cantam, dançam e cozinham; mas também se filmam realizando acrobacias com risco de vida, e às vezes com consequências fatais. O governo chinês informou que a decisão foi tomada por medida de proteção ao menor.
Com um faturamento de 30 bilhões de yuans chineses (17,3 bilhões de reais convertidos), a “transmissão ao vivo” é uma indústria lucrativa na China. Um dos maiores “vloggers” chinês, Zhang Dayi, arrecadou, no ano passado, mais de 172,9 milhões de reais (convertidos) com seus vídeos.
Este alto faturamento é o grande atraente para que jovens se filmem ao vivo nas plataformas de transmissão.
Em 2017, um grupo de crianças tirou as roupas para obter mais presentes virtuais. Em fevereiro deste ano, um homem morreu porque queria impressionar seus fãs pulando de uma ponte.
No entanto, não se sabe qual é a real intenção do governo chinês; se é a proteção de menores ou, apenas uma oportunidade de tornar as leis do país mais rigorosas, aumentando assim, o controle sob seus cidadãos.
Na China, muitas redes sociais e aplicativos estão ligados ao próprio nome e número do seguro social dos cidadãos. Há algum tempo, o governo chinês vem tentando controlar o conteúdo de transmissões ao vivo e qualquer informação propagada pelas redes sociais que divirja da ideologia socialista do país.
Embora a desconfiança, nos últimos meses, houve grande atenção internacional a respeito da necessidade de melhoria da proteção de menores nas plataformas digitais.
No YouTube por exemplo, um círculo de pedófilos utilizava-se de vídeos inocentes, que mostravam meninos e meninas em posições “sexualmente sugestivas”, através da coluna de recomendações do mesmo. Desde então, verificações mais rigorosas passaram a ser adotadas pela plataforma.
Por isso, é provável que mais países e plataformas digitais tomem ações de restrição em redes sociais e plataformas digitais.
Contudo, os pais têm primeiramente o dever de instruir seus filhos a utilizar as mídias sociais com prudência ou proibi-los. A pressão política e medidas do governo são necessária para que haja uma legislação explícita sobre segurança nas mídias sociais e os deveres dos respectivos responsáveis, mas com moderação e respeitando a liberdade do cidadão.