O executivo brasileiro Carlos Ghosn, ex-CEO da Nissan, Renault e Mitsubishi Motors, pagou fiança e deixou a prisão em Tóquio, disfarçado de macacão, boné e máscara bucal. O pagamento da fiança foi de 34,3 milhões de reais convertidos e o empresário aguardará seu julgamento em liberdade.
A sua saída da prisão está sujeita às condições rigorosas impostas pelo tribunal japonês. Ghosn deve permanecer no Japão, foi privado de seu passaporte, será observado por câmeras instaladas em sua casa, usará um dispositivo de localização e não poderá ter contato com pessoas envolvidas em seu caso.
A família de Ghosn disse anteriormente, que o empresário estava sendo mantido no Japão em condições precárias. Ghosn estava em uma cela de isolamento de cinco metros quadrados, sem calefação, sem TV e apenas com vaso sanitário, pia e mesa.
Acusações e julgamento
O empresário estava na prisão japonesa desde novembro de 2018, por ter ocultado uma grande parte de sua renda milionária (cerca de 315 milhões de reais) para as autoridades do mercado acionário japonês. Além disso, o empresário teria usado fundos da Nissan (no valor de 62 milhões de reais) para cobrir suas próprias perdas pessoais, o que resultou em sua demissão pela empresa automobilística.
Ghosn afirma que é inocente e que lutará por justiça. Durante uma audiência em janeiro, ele negou todas as acusações e seus advogados fizeram um pedido para que pudesse aguardar o julgamento em liberdade, mas esse pedido foi rejeitado por uma segunda vez.
O ex-CEO, em seguida, contratou um novo advogado japonês, conhecido por sua alta porcentagem de pedidos de absolvição honrados, o que resultou na sua soltura.
O empresário aguardará em liberdade o seu julgamento por crimes de fraudes fiscais. Sendo achado culpado, Ghosn cumprirá uma pena de 10 até 15 anos de prisão. O julgamento está previsto para o segundo semestre deste ano, mas ainda sem uma data específica.