Nessa quarta-feira (27), o indígena venezuelano Evencio Sosa, de 44 anos, relatou que “Eles [militares venezuelanos] tinham ordem para atirar e foi o que fizeram”, enquanto se recupera no Hospital Geral de Roraima, em Boa Vista.
O índigena conta que foi baleado por tropas de Nicolás Maduro na sexta (22) na comunidade de Kumarapacay, a 70 km da cidade brasileira de Pacaraima (RR).
No centro da tensão estava a tentativa de envio de remédios e comida feita pelo Brasil em cooperação com os EUA a pedido de Juan Guaidó, líder opositor e autoproclamado presidente da Venezuela. Os índios eram favoráveis ao ingresso dos materiais, e as tropas, contrárias.
“Eu estava fazendo a guarda noturna da comunidade, quando a Guarda Nacional chegou, por volta das 4h [na sexta, 22]. Negociamos, e eles se retiraram. Ao voltarem, estavam com três comboios e disseram que iriam passar [rumo à fronteira] de qualquer jeito. Eles tinham ordem de atirar, e foi o que fizeram”, relata Sosa.
Deixando ao menos 14 índios venezuelanos feridos e dois mortos, o conflito foi o primeiro de uma série de violências e tensões ocorridas perto da fronteira do Brasil entre a sexta e o sábado (23).
As informações são de Pedro Barbosa, do G1.