A maior conquista da Força Expedicionária Brasileira completa 74 anos.
A história da participação brasileira na Segunda Guerra Mundial, mais especificamente a experiência da Força Expedicionária Brasileira, dos homens e mulheres que a compuseram, é um dos tópicos mais desprezados e esquecidos nas escolas e às vezes até mesmo pela memória popular.
Compondo o IV Corpo do Exército dos Estados Unidos, sob o comando do general Willis D. Crittenberger, a FEB tomou o Monte em 21 de fevereiro de 1945, tornando possível a vitória dos aliados. No total, 20.4 mil alemães foram capturados pelas tropas brasileiras.
Coronel Nestor da Silva com 97 anos, em uma entrevista em 2015, contou como era o clima na Itália.
“Fiquei 52 dias sem tomar banho, porque não tinha nem como”, confidenciou. “O que mais estranhamos foi o clima, eram 20 graus abaixo de zero. Muito frio. Recebemos fardamento dos americanos e usávamos três roupas, uma por cima da outra.”
E completou: “Naquela época eu tinha uns 20 e poucos anos. Fazia parte do 11º Batalhão de Infantaria de Montanha, de São João del-Rei (MG). Quando voltei para o Brasil, me casei com uma menina que conheci em São João. Estou com ela até hoje e ela tem 81 anos”.
Ex-combatente da Força Expedicionária Brasileira (FEB), participou in loco da batalha do dia 21 de fevereiro de 1945, quando os aliados conquistaram a região antes dominada pelos nazistas alemães. “Foram quatro tentativas sem sucesso. Só na quinta é que nós mudamos de estratégia e conseguimos vencer”, explicou o veterano coronel.
Os chamados acordos de Washington realizados ente os governos brasileiro e americano promoveram a tão esperada renovação das forças armadas nacionais. Em pouco tempo, o Brasil receberia navios, armas, veículos militares e aviões para a reestruturação do exército, marinha e aeronáutica, que estavam muito defasados tanto em equipamento como na antiquada doutrina militar francesa herdada pós Primeira Guerra.
O primeiro escalão da Força Expedicionária Brasileira, com cerca de 5 mil e oitocentos homens, embarcou no porto do Rio de Janeiro no navio transporte americano General Mann, que levantou âncora na noite do dia 2 de julho. Pela primeira vez na História, uma força militar sul-americana zarpou para combater em plena Europa. Desde a declaração de guerra brasileira ao Eixo, em 1942, passaram-se quase dois anos. Finalmente o Brasil conseguia de fato responder aos infames torpedeamentos que vitimaram mais de mil brasileiros, atacados em nossos mares por submarinos nazifascistas.
Os “pracinhas” lutavam ao lado dos americanos, na região mais à oeste do território italiano, enquanto o lendário VIII Exército britânico subia pelo litoral leste. Em sua maioria, jovens humildes, uma boa parcela nem sabia ler ou escrever direito. As primeiras ações da FEB ocorreram em setembro, na região da Toscana, no vale do rio Serchio.
Com a Ofensiva da Primavera, os brasileiros foram incumbidos de tomar a cidade de Montese, liberando o avanço sobre a planície do rio Pó, região onde a FEB cercou e rendeu a 148a Divisão de infantaria alemã, última grande ação dos nossos pracinhas. A guerra chegava ao fim.
Com informações do Ministério da Defesa e History. Adaptado.