O ex-ministro da Fazenda no governo Lula, Antonio Palocci, está apostando alto em sua delação premiada e parece querer não apenas ver o ex-presidente Lula na cadeia, como também a extinção do PT. A capa da revista Veja deste fim de semana, com o título: “A bomba de Palocci contra Lula e o PT”, diz que, segundo Antonio Palocci, o PT recebeu US$ 1 milhão do ditador líbio Muamar Kadafi, morto em 2011, para financiar a campanha vitoriosa de Lula em 2002.
A denúncia já havia sido feita em 2011 pelo deputado Jair Bolsonaro em um de seus pronunciamentos na tribuna da Câmara dos Deputados, conforme pode ser visto no vídeo ao final desta matéria.
Segundo a lei partidária, é proibido o uso de dinheiro de “procedência estrangeira”, o que pode levar à cassação do registro do partido. O problema para Lula e o PT neste momento é que Palocci dificilmente incluiria em sua delação qualquer revelação que não tivesse como comprovar. O ex-ministro é um homem meticuloso e conhece profundamente os requisitos legais e conformidades da Lei de Delação Premiada. Isto significa que vem bomba pela frente.
Fundador do PT, ex-prefeito de Ribeirão Preto, ex-ministro da Fazenda do governo Lula e ex-chefe da Casa Civil de Dilma Rousseff, segundo a Veja, Antonio Palocci esteve no centro das mais importantes decisões do partido nas últimas duas décadas. Condenado a doze anos por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, há sete meses ele negocia um acordo de delação premiada. Em troca de redução de pena, compromete-se a contar detalhes de mais de uma dezena de crimes dos quais participou. Um dos capítulos da colaboração trata das relações financeiras entre Lula e o ditador líbio — e tem potencial para fulminar o partido e o próprio ex-presidente.