
O papa Francisco faleceu nesta segunda-feira (22), às 7h35 (horário de Roma), aos 88 anos. O anúncio foi feito pelo cardeal Kevin Farrell, Camerlengo da Santa Sé, diretamente da Casa Santa Marta, onde o pontífice residia. “Às 7h35 desta manhã, o Bispo de Roma, Francisco, retornou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e da Igreja”, afirmou Farrell.
O cardeal também lembrou que, mesmo debilitado, Francisco apareceu publicamente pela última vez neste domingo (20), durante a tradicional bênção Urbi et Orbi, na sacada da Basílica de São Pedro. “Deixou sua última mensagem para a Igreja e o mundo”, disse.
Francisco vinha enfrentando problemas de saúde nos últimos anos, agravados por sucessivas infecções respiratórias e dificuldades de mobilidade. Desde fevereiro, após uma internação por bronquite, sua condição vinha se deteriorando, ainda que ele mantivesse parte da agenda, com reuniões e audiências em sua residência.
Nascido Jorge Mario Bergoglio em 17 de dezembro de 1936, em Buenos Aires, Francisco foi o primeiro papa das Américas e o primeiro jesuíta a assumir o trono de Pedro. Filho de imigrantes italianos, formou-se técnico em química antes de ingressar no seminário. Foi ordenado sacerdote em 1969, nomeado bispo auxiliar em 1992 e, em 2001, cardeal por João Paulo II.
Em março de 2013, foi eleito papa após a renúncia de Bento XVI — de quem presidiu o funeral em 2023. Escolheu o nome Francisco em referência a São Francisco de Assis, símbolo de humildade e dedicação aos pobres. Ao longo de seu pontificado, marcou-se pela defesa do meio ambiente, do diálogo inter-religioso, da misericórdia e da inclusão social.
Nos últimos meses, Francisco reduziu o ritmo por causa da saúde debilitada. Chegou a usar cadeira de rodas com frequência e evitava discursos longos. Em 2024, chegou a dizer que uma eventual renúncia era “uma hipótese distante”, já que ainda se considerava apto para seguir no cargo.