
Um nome de peso do reduto paulista pediu que cinco deputados federais de sua legenda, que assinaram o requerimento de urgência para o projeto de lei que prevê anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro, retirem imediatamente seus nomes do documento.
Trata-se do presidente do diretório municipal do PSDB em São Paulo, José Aníbal. A solicitação foi feita nesta terça-feira (15), em meio ao avanço das articulações contra a proposta.

Aníbal tem declarado que os envolvidos nos atos de 8 de janeiro “atentaram contra a Constituição e as instituições democráticas”, e por isso não deveriam ser anistiados. Ele ainda recorre à história do partido para justificar sua posição, afirmando que fundadores do PSDB foram perseguidos e cassados durante a ditadura, o que, segundo ele, legitima a incompatibilidade da legenda com qualquer proposta de anistia nesse contexto.
A argumentação ignora, no entanto, que o atual relator do caso e opositor da proposta de anistia é o próprio Supremo Tribunal Federal, que tem sido alvo de denúncias por excessos no processo.
O dirigente tucano também afirmou que, para ele, “a democracia é um valor absoluto” e que “traidor da Constituição é traidor da pátria”.
Até o momento, 264 parlamentares assinaram o requerimento de urgência, mas dois nomes foram invalidados pela Câmara. Para protocolar a proposta, eram necessárias 257 assinaturas — número já ultrapassado.
No PSDB, cinco dos 13 deputados da bancada aderiram à proposta:
- Beto Pereira (PSDB-MS)
- Beto Richa (PSDB-PR)
- Daniel Trzeciak (PSDB-RS)
- Geovania de Sá (PSDB-SC)
- Lucas Redecker (PSDB-RS)
José Aníbal afirmou ainda que já recebeu retorno de um dos parlamentares signatários, o qual se comprometeu a retirar a assinatura do requerimento. O nome, no entanto, não foi revelado.
O Conexão Política continuará apurando para identificar o autor do recuo e, assim que obtiver a confirmação, publicará nova reportagem com a devida exposição do parlamentar.