O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender a exploração de petróleo na Margem Equatorial, especificamente na foz do Rio Amazonas, no Amapá. Durante entrevista à rádio Diário FM nesta quarta-feira (12), ele criticou a demora do Ibama na concessão do licenciamento ambiental para a Petrobras iniciar os estudos na região.
“Eu quero que ele [petróleo] seja explorado. Precisamos autorizar que a Petrobras faça pesquisa, e se depois a gente vai explorar é outra discussão. O que não dá é para ficarmos nessa lenga-lenga. O Ibama é um órgão do governo parecendo que é contra o governo”, afirmou Lula.
O presidente disse que terá uma reunião nos próximos dias com a Casa Civil e o Ibama para discutir a questão. O licenciamento está travado desde 2023 por conta de sucessivos pedidos de estudos ambientais. A área de perfuração proposta pela Petrobras está a 540 km da foz do Rio Amazonas e faz parte da Margem Equatorial, uma região rica em reservas de petróleo, onde países vizinhos, como a Guiana Francesa, já realizam exploração.
Disputa no governo e impacto econômico
A exploração na Margem Equatorial gerou um impasse dentro do governo. O Ministério de Minas e Energia, liderado por Alexandre Silveira, apoia o projeto e defende que a Petrobras siga adiante. Já o Ministério do Meio Ambiente, sob comando de Marina Silva, segue a posição do Ibama, que tem resistido à liberação do licenciamento por temer riscos ambientais.
Lula reforçou que a Petrobras é referência mundial em exploração segura de petróleo em águas profundas e que o Brasil precisa aproveitar essa oportunidade para impulsionar a transição energética.
A Petrobras já incluiu a Margem Equatorial em seu Plano Estratégico 2024-2028, com previsão de US$ 3,1 bilhões em investimentos para toda a região. Segundo estimativas, o local pode conter entre 6 a 10 bilhões de barris de petróleo, volume comparável às reservas do pré-sal, estimadas em 12 bilhões de barris.