Após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta sexta-feira (24), o ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que o aumento no preço dos alimentos no Brasil é consequência da valorização das commodities no mercado internacional, e não da economia doméstica. A declaração gerou revolta nas redes sociais e intensificou as críticas ao governo.
Segundo Rui Costa, dados apresentados por ministros da área econômica e produtiva indicam que o aumento nos preços de itens como café, soja, milho e laranja reflete a variação histórica de valores dessas commodities no mercado global.
“O presidente Lula solicitou um levantamento sobre a evolução dos preços de 2022 a 2024 e as perspectivas para 2025. Foi constatado que muitos dos produtos mais consumidos pelos brasileiros têm seus preços definidos pelo mercado internacional, como o café, que foi uma das commodities com maior alta recente. Portanto, é um cenário que não tem a ver com a economia brasileira, mas com os preços internacionais dessas commodities”, alegou o ministro.
A inflação dos alimentos tem gerado incômodo ao governo, que vê a perda de popularidade de Lula como reflexo direto do aumento no custo de vida. A oposição e internautas questionaram a fala de Rui Costa, que foi interpretada como uma tentativa de desviar a responsabilidade do governo sobre a alta nos preços.
Rui Costa mencionou ainda que o governo continuará investindo no aumento da produção agrícola para tentar reduzir os preços. Ele também disse que o governo não interfere artificialmente na formação de preços, que são definidos pelo mercado internacional e pela influência do dólar.
Apesar de inicialmente sinalizar possíveis “intervenções” sugeridas pela Associação Brasileira de Supermercados, Rui Costa recuou após a repercussão negativa, justificando que as medidas ainda estão sendo avaliadas.