A Amazônia enfrentou em 2024 o maior número de queimadas desde 2007, segundo o Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Até o início de dezembro, foram registrados 137.538 focos de calor, abrangendo queimadas controladas e incêndios florestais. A última vez que números tão altos foram registrados foi em 2007, com 186.480 focos.
Desde o início de 2024, as queimadas se espalharam pelos principais biomas do país, com uma aceleração alarmante. Até setembro, o Monitor do Fogo do MapBiomas apontava um aumento de 150% na área queimada em relação à média do mesmo período de 2023.
Embora o último trimestre tenha registrado uma redução de 50% na média mensal dos incêndios, o acumulado do ano até novembro revelou que o Brasil queimou o dobro da área registrada no ano passado.
A seca prolongada e os bloqueios atmosféricos agravaram a situação, especialmente na região Norte, que sofreu mais intensamente com a falta de chuvas. Enquanto algumas áreas do Brasil registraram precipitações no final do ano, o Norte enfrentou condições extremas que prolongaram a temporada de incêndios.
No Pará, os incêndios chegaram a comprometer gravemente a qualidade do ar. Dados mostram que a poluição na região ficou 42,8 vezes acima da diretriz anual da Organização Mundial de Saúde (OMS) no início de dezembro.